Resumo

Discuto, neste trabalho, representações e identidades de mãe que vêm sendo produzidas e/ou veiculadas no âmbito de programas de educação em saúde voltados à população materno-infantil. Utilizo a abordagem da análise cultural, tal como esta vem sendo desenvolvida pelos Estudos Culturais e de Gênero, para analisar tais programas de saúde, concebendo-os como instâncias pedagógicas que produzem, ressignificam e veiculam determinados modos de conhecer, viver e valorar a maternidade na contempora-neidade. Examino modos pelos quais a "pedagogia" engendrada pela teia de discursos e de poderes que institui tais programas atua, ressignificando a relação mãe-filho para inscrever o corpo materno em um poderoso regime de vigilância e regulação. Tal estratégia de poder incorpora ao exercício da maternidade atributos relacionados com a resolução de uma vasta gama de problemas que as sociedades globalizadas produzem e não conseguem resolver. Argumento que na contem-poraneidade vem-se engendrando uma nova politização da maternidade, na qual programas de atenção à saúde estão bastante implicados

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