Resumo

INTRODUÇÃO: Na Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) há duas disciplinas (Fundamentos da Natação e Aplicação Pedagógica da Natação) em que nossos estudantes universitários trabalham (aproximadamente 1/3 das disciplinas) diretamente com crianças e adolescentes do Clube Escolar (CE) Fundão sob supervisão dos professores da disciplina da EEFD e do CE, colocando em prática a teoria ensinada sobre Natação. O CE Fundão faz parte de um programa de atividades esportivas da Prefeitura do RJ, desde 1994, e funciona em parceria com a EEFD, utilizando nossas instalações: quadras, ginásios e piscinas e dando oportunidade para os universitários interagirem “profissionalmente” com os alunos da Prefeitura. A importância do trabalho está em oportunizar experiência docente ao formando, buscando a adesão à prática de atividades físicas pelas crianças da escola pública. As aulas orientadas procuram dar oportunidade de aprendizagem da natação, esporte caro, aos jovens das escolas municipais da cidade do RJ. OBJETIVOS: Analisar, qualitativamente, o trabalho feito pelos alunos da EEFD com os jovens do CE Fundão. MÉTODO: A turma de Aplicação Pedagógica da Natação 2017/1 foi dividida em 10 grupos de dois alunos que ministrariam aulas de natação para duas turmas do CE: uma de 3 a 5 anos e a outra de 6 a 12 anos (10 crianças cada turma). Os temas das aulas de adaptação à água foram: abertura de olhos, respiração, submersão, flutuação, deslocamentos com e sem boias. Cada aula tem a duração de 20 min, deve ser planejada e atender ao tema. Podem ser utilizados os métodos global, analítico ou moderno, contanto que seja um ensino/aprendizagem prazeroso. RESULTADOS: Durante o curso, o foco é na aprendizagem através da ludicidade; para as crianças menores foram utilizadas muitas músicas visando, além da natação, a socialização, lateralidade, desenvolvimento da fala e afetividade, enquanto para as crianças maiores foram aulas temáticas e desafios. As aulas foram variadas, mesmo as que tinham o mesmo tema, permitindo às crianças terem oportunidade de perder o medo e adaptar-se à água com sucesso, surpreendendo a própria professora da turma que não acreditou que as crianças efetuassem as atividades solicitadas, pela novidade e grau de dificuldade crescente, além de ser ministrada por "estranhos". CONCLUSÃO: A vivência de planejar e dar aulas supervisionadas, frente a alunos de verdade, de diferentes faixas etárias e necessidades distintas, aliadas à interação com as crianças gera experiência e segurança. As aulas para as crianças permitem que utilizem a criatividade e coloquem em prática a teoria aprendida, observando o que dá certo ou não, melhorando sua confiança pessoal e desenvolvendo uma práxis própria. A experiência com vários “professores” permite às crianças conhecerem vários tipos de aulas e desenvolver afetividade e socialização, beneficiando a quem ensina e quem aprende.

Acessar Arquivo