Resumo
O treinamento com pesos (TP) é uma modalidade de exercício físico reconhecida pela capacidade de promover adaptações neuromusculares, morfológicas e metabólicas. No entanto, a magnitude destas adaptações é dependente de vários fatores, entre os quais se destaca o sexo. Entretanto, a influência do dimorfismo sexual sobre as adaptações induzidas pelo TP, ainda, não está totalmente elucidada na literatura. Assim, o propósito do presente estudo foi verificar o efeito do TP sobre a força máxima, resistência de força e composição corporal em homens e mulheres. Para tanto, 31 homens (22,6 ± 4,4 anos, 68,2 ± 9,5 kg, 174,0 ± 7,0 cm, 22,4 ± 2,4 kg/m2) e 33 mulheres (22,8 ± 4,0 anos, 59,0 ± 12,1 kg, 162,6 ± 6,3 cm, 22,2 ± 3,6 kg/m2) foram submetidos a 16 semanas de TP com uma frequência de três sessões semanais em dias alternados. A força muscular máxima foi determinada por meio do teste de 1-RM nos exercícios supino em banco horizontal (SUP), agachamento (AGA) e rosca direta de bíceps (ROS). A resistência de força foi avaliada nos mesmos exercícios em protocolo composto por quatro séries máximas até a exaustão a 80% de 1-RM. A massa muscular esquelética (MME) foi estimada por meio de medidas antropométricas, a quantidade de água corporal total (ACT) e suas frações intracelular (ACI) e extracelular (ACE) foram determinadas por bioimpedância espectral. Medidas de massa corporal, estatura e perímetros de braço relaxado, braço contraído, tronco, coxa e panturrilha foram obtidas. Interação significante grupo vs. tempo (P < 0,05) foi identificada no teste de 1-RM somente no exercício SUP, indicando um maior ganho de força para as mulheres (+29%) em relação aos homens (+19%). O número de repetições executadas aumentou com interção grupo vs. tempo significante (P < 0,05) no exercício SUP (homens = +16,9% e mulheres = + 19,2%) e no somatório de repetições entre os exercícios (homens = 3,3% e mulheres = +11,3%). Aumentos significantes (P < 0,05) foram observados na MME (homens = +1,6% e mulheres = +1,8%); ACT (homens = +7,5% e mulheres = +6,7%); ACI (homens = +8,3% e mulheres = +9,7%); perímetros de braço relaxado (homens = +5,2% e mulheres = +4,8), braço contraído (homens = +4,2% e mulheres = +5,0%), tronco (homens = +1,9% e mulheres = +1,0%) e coxa (homens = +2,2% e mulheres = +3,7%). Os resultados sugerem que embora algumas respostas adaptativas ao TP aparentemente sejam dependentes do sexo, a resposta hipertrófica ao mesmo protocolo de treinamento, quando analisada em valores relativos, ocorre de maneira semelhante em adultos jovens de ambos os sexos.