Efeito de 8 Meses de Treino na Aptidão Física de Sujeitos Idosos
Por Joana Carvalho (Autor), José Maia (Autor), Jorge Mota (Autor), Alice Carvalhai (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O envelhecimento é um dos fenómenos que mais se evidencia nas sociedades actuais
como reflexo do aumento da longevidade e diminuição das taxas de natalidade. No
entanto, embora este aumento da esperança média de vida se constitua como um
aspecto positivo, o facto é que esta tendência se baseia mais em factores de natureza
quantitativa e não qualitativa. O declínio da aptidão física e funcional com a idade e/
ou desuso é um fenómeno bem descrito na literatura (SPIRDUSO, 2005), tornando-se
a sua melhoria um dos principais desafios do século XXI. O ACSM (2002) recomenda
para a melhoria da saúde, funcionalidade e qualidade de vida da população idosa,
um programa generalizado de actividade física onde sejam incluídas as diferentes
componentes da aptidão física. Neste sentido, o objectivo principal deste estudo foi
verificar o efeito de um programa de actividade física generalizada sobre os níveis de
aptidão física e funcional de idosos do sexo feminino. O trabalho consistiu na avaliação
longitudinal de um grupo de 100 idosas voluntárias (idade média= 70.5±5.4 anos;
altura média= 1.55±0.7m; peso médio= 65.8±9.6 kg) submetido a um programa
bi-semanal (50 min) de actividade física geral do tipo "ginástica de manutenção"
(trabalho aeróbio, de força, de coordenação e flexibilidade) durante 8 meses. Todos
os sujeitos eram independentes na realização das suas tarefas diárias não apresentando
quaisquer patologias nem sinais clínicos relevantes.A avaliação da aptidão física foi
efectuada em três momentos (antes, 4 meses e 8 meses após treino), tendo sido
utilizada a bateria de testes desenvolvida por RIKLIE e JONES (1999a), o Senior Fitness
Test (SFT).O estudo da mudança foi realizado com o procedimento de medidas
repetidas da ANOVA, tendo sido utilizado o teste de Bonferroni para as comparações
à posteriori. O nível de significância foi mantido em 5%. Os principais resultados
mostram que: 1) à excepção da flexibilidade inferior e a agilidade/equilíbrio dinâmico
foram observadas melhorias nas restantes componentes avaliadas; 2) não foi
observado efeito significativo para a interacção idade*treino, sugerindo que esta
covariável não teve qual influência nas alterações verificadas ao nível da aptidão
física no final do programa. Neste sentido, podemos concluir que um programa de
actividade física geral, 2 vezes por semana, 1 hora por dia, durante 8 meses, parece
ser suficiente ter um efeito benéfico na aptidão física de idosas, independentemente
da idade.