Efeito de 8 Meses de Um Programa Generalizado de Actividade na Força Máxima Isocinética de Mulheres Idosas
Por Joana Carvalho (Autor), Jorge Mota (Autor), José Maia (Autor), João Paulo Venâncio (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A diminuição da força que ocorre com o envelhecimento é um dos
fenómenos mais amplamente estudados no que se refere às alterações
fisiológicas induzidas pela idade. Vários estudos têm demonstrado que
estímulos adequados de treino da força em idosos, independentemente do
sexo, promovem aumentos da força semelhantes ou até superiores aos
encontrados nos jovens. Todavia, a maioria destes trabalhos baseiam-se
em protocolos cujo meio de treino é estritamente direccionado para esta
capacidade física, sendo mais escassos os trabalhos que utilizam programas
de actividade física generalizados que vulgarmente são aplicados a este
escalão etário. O objectivo principal deste estudo foi o de determinar efeito
de um programa generalizado de actividade física com a duração de 8 meses
nos índices de força isocinética dos músculos extensores e flexores do
joelho, em sujeitos acima dos 60 anos do sexo feminino. O trabalho
consistiu na avaliação longitudinal de um grupo de 28 mulheres idosas
voluntárias e independentes no seu quotidiano (idade média 67,46 ±.4,90
anos; peso médio 65,69 ± 8,85 kg; altura média 152,63 ± 5,6 cm ) submetido
a um programa bi-semanal (50 min.) de actividade física geral do tipo
"ginástica de manutenção" (trabalho aeróbio, de força, de coordenação,
equilíbrio e flexibilidade) durante 8 meses. As avaliações da força máxima
dos quadriceps e isquiotibiais, foram realizadas em 3 períodos distintos
(antes, 4 meses e 8 meses após treino) mediante a utilização de um
dinamómetro (Biodex System 2, USA) em 2 velocidades diferentes: 60ºs-
1 e 180ºs-1, tendo sido utilizados o momento máximo (peak torque - PT -
Nm) e o rácio flexores/extensores (isquio-tibiais/quadricípites - IT/Q -
%). Do tratamento estatístico (ANOVA de medidas repetidas; p< 0.01) e
na flexão do joelho não dominante (p= 0.01); ii) não existiram alterações
significativas (p>0.05) na razão IT/Q entre os três momentos de avaliação.
Neste sentido, podemos concluir que um programa de actividade física
geral, 2 vezes por semana, 50 minutos por dia, durante 8 meses, parece ser
suficiente para induzir alterações significativas na força isocinética dos
músculos flexores e extensores do joelho de mulheres idosas.