Resumo
O presente estudo analisou o efeito agudo da atividade de caminhar e da atividade de permanecer em pé, durante 30 minutos, no controle postural em idosas e adultas jovens. Participaram do estudo 23 idosas ( = 68 anos; DP=6) e 23 adultas jovens ( = 24 anos; DP=4). As participantes foram analisadas por meio de plataforma de força em posição ortostática e de EMG dos músculos eretor lombar (EL), bíceps femoral (BF), gastrocnêmio medial (GM), tibial anterior (TA) e reto femoral (RF), em quatro momentos: pré-teste, pós-teste (após caminhar ou permanecer em pé por 30 minutos, realizados em dias diferentes com intervalo maior que 48 horas), primeiro descanso (após descanso sentado de 15 minutos após o pós-teste) e segundo descanso (após descanso sentado de 30 minutos após o pós-teste). As comparações analisadas foram realizadas por meio dos testes de Mann-Withiney, Anova de Friedman e Wilcoxon, com significância de 5% (P<0,05). De forma geral, as variáveis de deslocamento total, área, amplitude, RMS (root mean square) e desvio padrão do COP na direção médio-lateral aumentaram, indicando maior oscilação postural, independentemente da natureza da atividade física realizada. A frequência mediana do GM nas idosas diminui aproximadamente 13% após permancer em pé e 15% após caminhar em comparação aos respectivos pré-testes, assim, esta redução foi o suficiente para indicar fadiga mesmo em níveis mais baixos de contração muscular. Os valores de RMS do GM aumentaram nos idosos após essas duas atividades e nas adultas jovens apenas após a atividade de permanecer em pé. Os valores de RMS do BF também aumentaram após a caminhada nas idosas. Os valores de RMS do RF aumentaram após as duas atividades nas adultas jovens. Assim, os resultados mostraram que o sistema de controle postural atua em um continuum de correções que permite diferentes respostas musculares para a manutenção postural dentro dos limites de estabilidade. Tais resultados sugerem que caminhar e permanecer em pé, por 30 minutos, alteram o controle postural de idosas e adultas jovens. Ademais, a caminhada demonstrou maior efeito nas idosas, mesmo que depois de descansar 30 minutos em posição sentada não retornaram sua oscilação postural aos níveis verificados antes da atividade. Ao passo que, após permanecer em pé por 30 minutos, descansar 15 minutos foi suficiente para ambos os grupos reestabelecerem a oscilação postural aos níveis iniciais. Os resultados do presente estudo sugerem que idosos devem evitar permanecer em pé e/ou caminhar por períodos prolongados de tempo, independentemente de seu nível de atividade física e saúde. Ainda, um descanso de no mínimo 30 minutos após caminhadas moderadas deve ser realizado para evitar que o efeito agudo deste esforço proporcione maior risco de queda em idosos.