Efeito agudo da ingestão de bebida energética cafeinada sobre o desempenho físico de homens treinados: delineamento aleatorizado e cruzado
Por Camilla Astley (Autor), Diego Brito (Autor), Marcos Polito (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
As bebidas energéticas cafeinadas (BE) contêm vários ingredientes adicionais para proporcionar um efeito sinérgico ou aditivo à cafeína que podem melhorar o desempenho físico. Apesar de alguns estudos demonstrarem a eficácia da BE em exercícios de endurance, de força e potência, eles se limitam por analisar os efeitos em protocolos experimentais distintos. Desse modo, o efeito da BE sobre diferentes capacidades físicas em um mesmo protocolo experimental ainda necessita de maiores investigações. OBJETIVO: Analisar a ingestão aguda de BE sobre o desempenho físico de homens treinados submetidos a sucessivos testes para resistência muscular, força isométrica, potência e velocidade em um mesmo protocolo experimental. MÉTODOS: Quinze homens saudáveis (21,0 ± 0,3 anos; 177,4 ± 1,8 cm; 79,6 ± 1,8 kg) e experientes em treinamento resistido (49,7 ± 7,7 meses), ingeriram 619 ± 14,6 ml de BE, correspondente a 2,5 mg de cafeína por kg de peso corporal ou placebo (água gaseificada adicionada de preparo artificial sabor guaraná) na mesma quantidade que BE, seguindo um delineamento aleatorizado e cruzado. A ingestão das bebidas ocorreu 60 min antes dos testes: a) repetições máximas no exercício de supino articulado com 80% de uma repetição máxima (1RM); b) repetições máximas na extensão de joelho unilateral (perna dominante) com 80% de 1RM; c) preensão manual isométrica máxima em ambas as mãos; d) impulsão horizontal; e) teste repeated sprint ability (seis sprints de 40m com intervalo passivo de 20 s). O teste T-Student foi utilizado para comparar as médias de cada teste entre as condições BE e PLA, adotando significância estatística menor que 5%. RESULTADOS: A BE foi capaz de aumentar (p < 0,05) a força dinâmica nos testes de extensão de joelho unilateral na perna dominante (BE 10,5 ± 0,9 reps; PL 9,5 ± 0,8 reps), no supino articulado (BE 9,2 ± 0,9; PL 9,1 ± 0,5 reps) e ainda incrementou a força isométrica no teste de preensão manual na mão direita (BE 49,7 ± 1,5 kg; PL 47,7 ± 1,6 kg) e na mão esquerda (BE 46,7 ± 1,5 kg; PL 45,9 ± 1,3 kg). Não houve diferenças nos testes de impulsão horizontal e repeated sprint ability. CONCLUSÃO: Embora o aumento significativo tenha ocorrido com valores absolutos relativamente pequenos, os resultados do presente estudo permitem sugerir um efeito ergogênico da BE em atividades que envolvem a força muscular quando a amostra é treinada nessa condição física. Contudo, outros experimentos devem ser conduzidos a fim de compreender melhor o efeito agudo da BE sobre o desempenho