Efeito Agudo da Marcha em Esteira Associada a Estímulo Auditivo na Velocidade de Marcha de Indivíduos com Doença de Parkinson
Por P. A. Yamada (Autor), K. M. Amaral (Autor), M. P. Cursino (Autor), C. Z. Hallal (Autor), F. R. Faganello-navega (Autor).
Resumo
A natureza progressiva dos prejuízos motores que indivíduos acometidos pela doença de Parkinson (DP) podem apresentar pode levar a distúrbios da marcha, sendo este um dos principais limitantes da autonomia e qualidade de vida desses indivíduos. Entre os distúrbios da marcha, pode-se citar a alteração da velocidade de marcha fim de compensar a falta de equilíbrio. A realização de programas de reabilitação que combinem atividades motoras e estímulos sensoriais, como o estímulo auditivo (EA) externo, vem sendo cada vez mais destacada na literatura, uma vez que a aplicação de estímulos externos parece estar associada com a facilitação da atividade motora. O objetivo do presente estudo foi verificar o efeito agudo da marcha em esteira associada a estímulo auditivo na velocidade de marcha de indivíduos com DP. Participaram do estudo 14 indivíduos do gênero masculino e feminino, com diagnóstico de DP, classificados nos estágios de I a III da escala de Hoehn Yahr, estes foram divididos aleatoriamente em grupo intervenção (GI, n=7) e grupo controle (GC, n=7). Foi realizada uma avaliação, composta por um teste de velocidade da marcha, na qual era solicitado que o participante caminhasse por uma distância de 10 metros em sua velocidade de caminhada normal enquanto o tempo era cronometrado. O teste foi realizado por três vezes e, em seguida, foi calculada uma média dos valores. Para eliminar o componente de aceleração e desaceleração, os quais podem influenciar nos valores, foram adicionados 1,2 metros ao início e ao final do percurso. Após uma sessão de familiarização, cada voluntário realizou treino de 30 minutos em esteira, em que o GI realizava marcha associada a um EA ajustado a uma frequência 20% menor que a frequência de passo média e o GC realizava marcha em esteira sem associação de qualquer outro tipo de estímulo. (CEP-2014-995). Ao final da intervenção os indivíduos foram reavaliados. Foi realizado o teste estatístico ANOVA Medidas Repetidas Two Way com post Hoc de Bonferroni por meio do software PASW statistics 18.0® (SPSS), considerando o valor de p<0,05. Ambos os grupos apresentaram melhora da velocidade de marcha (p=0.004), porém não houve diferença estatística entre os grupos, o que sugere que a melhora da velocidade de marcha ocorreu devido ao treino de marcha em esteira e que, o EA não exerceu influência nos resultados. O fato do EA não ter influenciado no resultado pode ser porque o individuo tenha que dirigir sua atenção a duas pistas externas diferentes, à esteira e ao estimulo auditivo, configurando uma dupla tarefa, tendo estudos anteriores já comprovado a deficiência de pacientes com DP em realizar atividades de dupla tarefa, devido à falha no controle dos movimentos automáticos. Pode-se concluir que a associação do estímulo auditivo ao treino agudo da marcha em esteira não influencia na velocidade de marcha de indivíduos com DP.