Efeito Agudo da Mobilização Neural e da Aplicação de Infravermelho no Nervo Mediano Sobre a Extensão do Cotovelo
Por I. F. Henriques (Autor), M. K. G. Nunes (Autor), G. F. D. Santos (Autor), D. C. D. Machado (Autor), V. H. V. Bastos (Autor).
Resumo
A estrutura do tecido nervoso permite transferir tensões mecânicas durante os movimentos. Deficiências de movimento e/ou elasticidade neural acarretam em Tensão Neural Adversa (TNA), que é tratada por meio da Mobilização Neural (MN). Na literatura pouco se sabe sobre os efeitos agudos da associação desta técnica ao calor superficial proporcionado pelo Infravermelho (IV), dificultando assim a escolha de condutas mais eficazes para o tratamento de disfunções de origem neural. O objetivo deste estudo foi analisar o efeito agudo do calor superficial (IV) associado à mobilização neural do nervo mediano no ganho de amplitude (delta) de extensão do cotovelo do membro dominante. Trata-se de pesquisa quantitativa, do tipo ensaio clínico controlado randomizado, com amostragem não probabilística por conveniência. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí - UFPI (protocolo 838854/2014). A amostra foi composta por 40 indivíduos saudáveis (estudantes universitários da UFPI) sendo 12 homens e 28 mulheres, com média de idade foi de 22,88 ±1,92. Os voluntários foram divididos aleatoriamente em quatro grupos de dez participantes cada, sendo: G1 ou grupo controle (deitado em decúbito dorsal, com braços estendidos ao longo do corpo por 25 minutos) G2 (mobilização neural do nervo mediano por meio da técnica Upper Limb Neurodinamical Test (ULTN) em 3 séries de 1 minuto cada), G3 (infravermelho por 15 minutos, perpendicularmente ao antebraçõ), G4 (infravermelho por 15 minutos seguido da mobilização neural do nervo mediano em 3 séries de 1 minuto cada). Para realização do procedimento experimental foi selecionado o membro dominante segundo o Inventário de Dominância Lateral de Edimburgo. Medidas goniométricas da extensão do cotovelo foram realizadas antes e após cada protocolo, tendo como pontos de referência: processo estilóide, epicôndilo medial do úmero e processo coracóide. Todos os protocolos foram realizados por um mesmo avaliador e as análises goniométricas foram realizadas por um assistente. Houve aumento da ADM para todos os grupos conforme os valores das médias de delta: G1 (1,00±4,21); G2 (9,70±5,47); G3 (6,90±7,26); G4 (12,50±14,40). Ao realizar o teste de ANOVA, obteve-se diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p=0,037). O post hoc de Bonferroni indicou que esta diferença encontra-se entre G1 e G4 (p=0,035). A utilização do IV associado à MN do nervo mediano promove aumentos estatisticamente significativos da ADM de extensão do cotovelo do membro dominante em apenas uma sessão (efeito agudo).