Resumo

Introdução: a prática de treinamento de força é benéfica para melhorar o equilíbrio em longo prazo, mas pouco se sabe, quais são os efeitos agudos do exercício de força no desempenho funcional de idosos. Objetivo: comparar o efeito agudo do exercício de força com diferentes configurações no desempenho funcional e risco de quedas de idosas destreinadas. Materiais e Métodos: trata-se de um ensaio clínico cruzado e aleatorizado. Idosas fisicamente ativas (n= 5) (64,2 ± 1,5 anos), realizaram 14 visitas: 1ª à 4ª visita – familiarização; 5ª e 6ª visita – teste e reteste (risco de queda [RQ], desempenho funcional [DF], salto vertical [SV] e teste de carga de 15 repetições máximas [15RMs]); 7ª à 14ª visita – 4 condições experimentais e 4 sessões de avaliação (RQ, SV e DF) após 24 horas. O exercício de agachamento foi escolhido para as condições experimentais (wash-out de 7 dias entre as sessões): 5x12[15RMs] repetições com a máxima velocidade de execução intencional (MVI5x12); 10x6[15RMs] repetições (MVI10x6); 5x12[15RMs] repetições com velocidade de execução auto-selecionada (VAS5x12); 10x6[15RMs] repetições (VAS10x6). Para comparar as variáveis de desempenho neuromuscular (RQ, DF, SV), lactato e percepção de recuperação (PSR) foi utilizada a ANOVA two-way com medidas repetidas (condições x momentos) com post hoc de Bonferroni; e ANOVA one-way de medidas repetidas para analisar a carga interna entre as condições experimentais. Resultados: não foi observada diferença significante de nenhuma das condições no RQ (P> 0,05); houve efeito de piora do DF imediatamente após a condição experimental VAS10x6 vs. MVI10x6 (P= 0,009; d= 3,40) e permaneceu até Pós-24h quando comparado as condições VAS10x6 vs. MVI5x12 (P= 0,006; d= −3,99) e VAS10x6 vs. MVI10x6 (P= 0,023; d= −2,81); no SV verificou-se uma diferença significante global no momento (P< 0,05; ɳ 2 p= 0,68), porém, não houve interação “condição x momento”; as condições VAS5x12 e MVI5x12 apresentaram aumento nos níveis de lactato entre os momentos Pré vs. Pós (P= 0,007; d= 6,34; P= 0,030; d= 4,4, respectivamente), também houve aumento nos níveis de lactato no momento Pós entre as condições VAS5x12 vs. MVI10x6 (P= 0,050; d= 2,04), MVI5x12 vs. VAS10x6 (P= 0,022; d= 3,20) e MVI5x12 vs. MVI10x6 (P= 0,014; d= 3,88); não houve diferença significante na percepção de recuperação entre os momentos e condições (P> 0,05), porém, houve um aumento significante da carga interna da sessão na comparação VAS5x12 vs. MVI10x6 (P= 0,007; d= 4,68). Conclusão: O exercício de força com MVI e diferentes repetições de reserva, resultou em respostas similares no RQ em comparação à execução com VAS e diferentes repetições de reserva. Entretanto, a MVI10x6 parece ter menor efeito adverso no DF, SV, lactato e na carga interna da sessão em até 24 horas pós-exercício.

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