Efeito Agudo do Alongamento de Diferentes Grupos Musculares na Taxa de Desenvolvimento de Força de Idosas
Por C. P. Celestrin (Autor), L. H. Gallo (Autor), Sebastião Gobbi (Autor), M. Ceccato (Autor), A. K. G. Prado (Autor), J. C. Jambassi Filho (Autor).
Resumo
O alongamento estático (AE) é cada vez mais recomendado para manter ou melhorar os níveis de flexibilidade, e este deve ser realizado preferencialmente nos mesmos dias de exercícios resistidos e aeróbios. Para a população idosa, ainda não há um consenso na literatura se o AE realizado anteriormente ao exercício resistido prejudica os níveis de força muscular. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos agudos do AE de diferentes grupos musculares na taxa de desenvolvimento de força (TDF) de idosas. Participaram do estudo15 mulheres idosas (67,7 ± 5,7 anos; 67,2 ± 11,9 kg; 156,3 ± 6,4 cm), participantes há pelo menos um ano do Programa de Atividade Física para Terceira Idade, realizado na UNESP-Rio Claro. As participantes foram avaliadas imediatamente após três condições experimentais: a) Controle (C), sem nenhum AE; b) Quadríceps (CQ), em que foi alongado somente o músculo quadríceps; c) Completo (CC), em que foram alongados os músculos quadríceps, glúteos, isquiotibiais e posteriores de coxa. Os exercícios de AE adotados nas condições CQ e CC foram realizados em três séries, com duração de 30s e intervalo de descanso de 30s. Todas as participantes realizaram todas as condições, com intervalo mínimo de 24h entre sessões, e a ordem de realização foi aleatorizada. A avaliação da curva força tempo isométrica (Cft) foi determinada em um aparelho leg press, sendo realizadas três tentativas, intervaladas por um minuto. A TDF foi determinada como a inclinação da reta de regressão linear entre os valores de tensão nos instantes de tempo correspondentes a 30, 50, 100 e 200 ms relativos ao início da contração. Para determinação dos valores da TDFpico foi definida como a inclinação mais íngreme da curva, calculada dentro de janelas regulares dos primeiros 200 ms a partir do início da contração. Para obtenção dos valores finais das TDF foi considerada a média aritmética dos resultados, dentre as três tentativas. A estatística utilizada foi o teste ANOVA One way para medidas repetidas. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre as condições experimentais, em nenhum dos tempos avaliados: TDFpico (N.s1) (C=3541,2±905; CQ=3496,5±908; CC=3438,2±912,5; p=0,95; F= 0,05); TDF 0-30s (N.s1) (C=1704,9±684,3; CQ=1429,6±450,8; CC=1565,3±641,4; p=0,46; F= 0,79); TDF 0-50 (N.s1) (C=2197,2±804; CQ=1924,2±595,4; CC=2070,4±797,3; p=0,6; F= 0,51); TDF 0-100 (N.s1) (C=2725,6±758,9; CQ=2634,9±677,9; CC=2648,5±793; p=0,94; F= 0,07); TDF 0-200 (N.s1) (C=2430,8±706,5; CQ=2507,6±701,2; CC=2483,8±656; p=0,95; F= 0,05). Com base nos resultados, pode-se concluir que o AE agudo realizado em diferentes grupos musculares, não influência na produção de força rápida de idosas fisicamente ativas.