Resumo

19/02/2020
A alta prevalência de indivíduos insuficiente ativos e a baixa aderência a programas de exercício podem ser resultantes de um conflito entre as informações sobre os benefícios da prática de exercícios, e o desprazer percebido enquanto se exercita. Esse estudo teve como objetivo avaliar o efeito agudo de diferentes intensidades de exercício físico nas respostas afetivas de adultos jovens. Para tal, foram produzidos quatro estudos. Estudo 1: O objetivo deste estudo foi investigar se o nível de atividade física habitual (sedentário, fisicamente ativo e triatletas) modula a resposta afetiva aguda de diferentes intensidades de exercícios aeróbicos. Os resultados mostraram que os fisicamente ativos apresentaram mais prazer e os triatletas mais desprazer durante as diferentes intensidades de exercício. Estudo 2: O objetivo deste estudo foi investigar a resposta afetiva em adultos jovens com e sem sintomas de ansiedade e depressão submetidos a diferentes intensidades de exercício. O grupo com sintomas depressivos e ansiosos teve mais prazer que os demais grupos nos exercícios contínuos de diferentes intensidades. Estudo 3: O objetivo deste estudo foi investigar a relação entre oxigenação do córtex pré-frontal (CPF) e resposta afetiva durante um teste de esforço escalonado máximo. Como objetivo secundário, foi investigado se o nível de atividade física habitual dos indivíduos influenciaria as respostas afetivas e a ativação cortical. Quanto maior a intensidade do exercício e o nível de atividade física habitual dos indivíduos, maior a ativação cortical. O CPF direito foi mais ativado durante toda a sessão de exercícios. Não houve diferença na percepção de prazer durante o exercício entre os grupos. Estudo 4: Teve o objetivo de investigar a relação entre o desempenho cognitivo e o foco de pensamentos associativo-dissociativo nas respostas afetivas durante diferentes intensidades de exercício. Os resultados mostraram que quanto maior a percepção dos estímulos interoceptivos, menor a sensação de prazer. O desempenho cognitivo não influenciou a resposta afetiva. Como esperado, em todos os estudos, o incremento da intensidade do exercício diminuiu a percepção de prazer dos indivíduos. Indivíduos fisicamente ativos e com sintomas de ansiedade e depressão foram os que tiveram maior percepção de prazer durante a prática de exercício. Tanto a intensidade do exercício quanto as características físicas e emocionais dos indivíduos podem modular as respostas afetivas e devem ser consideradas para a prescrição de exercícios

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