Efeito agudo do exercício intervalado de alta intensidade sobre a pressão arterial ambulatorial de adolescentes com excesso de peso

Tem sido evidenciado que o exercício físico é indispensável na prevenção, tratamento e controle de diversas morbidades. No entanto, o tipo e a dose de exercício necessária para induzir benefícios à saúde, ainda é uma questão controversa. Sendo assim, é necessário o melhor esclarecimento da manipulação dos componentes da prescrição do exercício nas respostas hemodinâmicas pós-exercício em adolescentes com sobrepeso e obesidade. OBJETIVO: Analisar o comportamento da pressão arterial (PA) ambulatorial de adolescentes com excesso de peso após uma sessão de exercício intervalado de alta intensidade (HIT) na esteira ergométrica. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa com delineamento cross-over aleatorizado, a amostra foi formada por 11 adolescentes do sexo masculino, 81,81% com obesidade e idade entre 15 e 18 anos. Os voluntários realizaram dois protocolos experimentais com intervalo mínimo de 48 horas: controle e HIT. O protocolo HIT foi constituído de cinco séries a 85 a 95% do VO2pico por um minuto, intercalados por três minutos de recuperação a 40 a 50% do VO2pico. Antes e após os protocolos, a frequência cardíaca, pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD) e pressão arterial média (PAM) foram obtidas na posição sentada. A medida ambulatorial da PA foi realizada nos dois protocolos por meio de um monitor automático oscilométrico da marca SpaceLabs 90207, programado para realizar medidas a cada 20 minutos no período de vigília das 12:00 às 22:00 horas. Os efeitos dos protocolos experimentais nas respostas hemodinâmicas dos adolescentes foram testados através da análise de variância para medidas repetidas, considerando-se os fatores (controle e HIT) e tempo (pré-sessão e pós-sessão). RESULTADOS: Os resultados apontaram diferença significativa entre as médias da PAS nos protocolos controle e HIT somente na primeira hora após o final do exercício (131,90 ± 7,93 vs 124,18 ± 7,56 mmHg, respectivamente), indicando hipotensão pós-exercício induzida pelo HIT em relação ao protocolo controle. A comparação entre os protocolos e as medidas hemodinâmicas pré-sessão e média pós-sessão (10 horas) demonstrou que o HIT promoveu uma redução na PAM em comparação a pré-sessão (F = 4,44; p < 0,05). CONCLUSÃO: Diante do exposto, o protocolo HIT empregado promoveu efeito hipotensor de baixa magnitude sobre as medidas hemodinâmicas pós-exercício no que diz respeito à PAS e PAM.

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