Resumo
Já é estabelecido que o treinamento de força (TF), em específico visando à melhora da potência muscular, é uma ótima estratégia no combate aos efeitos adversos do envelhecimento no sistema neuromuscular, sendo um método seguro e efetivo, que traz inúmeros benefícios e reduz as chances de quedas em pessoas idosas. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito agudo de diferentes métodos de treinamento de potência baseados na redução da velocidade do movimento e no tempo de recuperação em idosos. Os sujeitos foram randomizados em três grupos, sendo dois grupos de treinamento com limiares de redução de velocidade diferentes no exercício agachamento guiado e um grupo controle: 11 idosos para o grupo G20, ou seja, com redução de 20% da velocidade de execução permitida e 10 para o grupo G40, com redução de 40% da velocidade de execução, controlados através da perda da velocidade, e 12 idosos no grupo controle. O desenho do estudo foi duplo cego randomizado, em que na primeira semana, foi realizada a sessão de familiarização, teste e reteste (Pré-sessão), teste de 1-RM estimado e a primeira sessão do treino de potência no agachamento guiado. Após um intervalo de 1 semana, foi realizada a segunda sessão de treinamento, seguida das avaliações: imediatamente após, 24h, 48h e 72 horas após a sessão. A sessão de treino foi composta por quatro séries do exercício de Agachamento na Barra Guiada, sendo monitorada a velocidade de repetição através do TForce (transdutor linear que monitora a velocidade em tempo real). Para avaliação do Desempenho Funcional, foram realizados os testes: 1. Sentar e Levantar (5 repetições); 2. Time Up and Go (TUG); 3. Subir escadas; e 4. Descer escadas. Para avaliação da Função Neuromuscular foram realizados os testes de contração voluntária isométrica máxima (CVMI) e de Contrações Explosivas no agachamento isométrico, em que foram coletadas o Pico de Força Máxima Isométrica e Explosiva. Também foram analisadas as imagens de ultrassom dos músculos Reto Femoral (RF), Vasto Medial (VM) e Vasto Lateral (VL) para avaliar a qualidade muscular (Intensidade do Eco); para o teste de potência de membros inferiores, foi utilizada a plataforma de salto Kistler, com o protocolo de salto Counter Moviment Jump (CMJ). O efeito agudo das duas sessões de treino não obteve diferença significativa entre os grupos e entre os momentos após a sessão para a maioria das variáveis, exceto para avaliação do Desempenho Funcional, com o teste de subir escadas, que teve um aumento no tempo para realização do teste no momento Imed. Após em comparação com o Pré-Sessão (p: 0,048). Os dados apresentaram boa reprodutibilidade, com valores de ICC, em sua maioria, moderado (0,70 a 0,80) a alto (>0,80). Em conclusão, o exercício progressivo de agachamento guiado, indicado por uma perda de velocidade de repetição, não resultou em grandes alterações no Desempenho Funcional dos idosos; mostrando que um menor volume de treino já pode ser estímulo suficiente para iniciar o treinamento, familiarizando com o exercício e obtendo ganho neural, e segurança em realizar a atividade.