Resumo

Pacientes com doença arterial periférica (DAP) e sintomas de claudicação intermitente (CI) têm elevada rigidez arterial, o que explica, pelo menos em parte, o elevado risco cardiovascular desses pacientes. Nesse sentido, o treinamento físico tem sido recomendado para o tratamento dessa população. Por outro lado, agudamente, se o exercício promove melhora na rigidez arterial desses pacientes, precisa ser melhor testado. Então, os objetivos deste estudo foram: (a) avaliar os efeitos de uma única sessão de exercício de força, caminhada e a combinação de ambos na rigidez arterial ambulatorial de pacientes com DAP sintomática e; (b) descrever as respostas individuais e identificar preditores clínicos de resposta de rigidez arterial ambulatorial após os exercícios. Participaram do estudo doze pacientes com DAP e sintomas de CI que foram submetidos a quatro sessões experimentais em ordem aleatória: exercício de caminhada (EC – 10 séries de 2 min de caminhada na velocidade correspondente ao início da dor de claudicação com intervalo de 2 min entre as séries), exercício de força ( EF – 2 séries de 10 repetições em oito exercícios), exercício de força e caminhada (EFC – 1 série de 10 repetições em oito exercícios resistidos + 5 séries de 2 min de caminhada com intervalo de 2 min entre elas) e sessão controle (SC – repouso). O índice de rigidez arterial ambulatorial foi obtido durante as atividades diárias após cada sessão. Índice de massa corporal, índice tornozelo braquial, sexo e idade também foram avaliados. Para comparação entre as sessões, foi usada Equações de Estimativa Generalizada, seguida de uma comparação post hoc pareada utilizando a correção de Bonferroni para comparações múltiplas. Além disso, o efeito líquido do exercício foi calculado e a correlação de Pearson foi usada para relacionar os preditores com este efeito. A significância estatística foi fixada em P<0,05. O índice de rigidez arterial ambulatorial foi menor na EF em relação às demais sessões (P<0,001) e semelhante entre as EC, EFC e SC (P>0,05). Nove pacientes (75%) apresentaram menor índice após a EF quando comparado às sessões de EC e EFC, enquanto dois (17%) e três (25%) pacientes apresentaram valores de índice de rigidez arterial ambulatorial menores após as sessões de EC e EFC, respectivamente, e apenas um (8%) apresentou resposta similar entre EF e EC. Apenas o índice tornozelo braço foi negativamente correlacionado com os efeitos da sessão EF (r = -0,618; P<0,05) e da sessão EC (r = -0,750; P<0,001). Em conclusão, uma única sessão de exercício de força reduz agudamente a rigidez arterial ambulatorial de pacientes com DAP sintomática, enquanto a caminhada e o exercício combinado não alteram essa variável. Essa resposta é mais provável de ocorrer em indivíduos com doença menos grave.

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