Resumo

Este estudo objetivou analisar o efeito agudo de um protocolo de exercício intermitente no desempenho do chute no futsal. O estudo também buscou correlacionar o desempenho do chute com os parâmetros da função muscular de pico de torque, taxa de desenvolvimento de torque e taxa de queda de desempenho de torque a 6 e 12 segundos após o pico de torque. Dez atletas experientes de futsal (25,0 ±6,6 anos; 79,7 ±7,3 kg; 176 ±2,9 cm) foram avaliados e se verificou o pico de torque isométrico, taxa de desenvolvimento de torque isométrico e taxa de queda de desempenho de torque isométrico (6 e 12 s após pico de torque) para músculos do quadril, joelho e tornozelo. Em uma segunda sessão experimental, foi realizada a avaliação cinemática do chute (2D) durante um protocolo de exercício intermitente que consistiu em 12 “sprints” de 10 metros e 6 chutes (a cada 2 “sprints” 1 chute). Um conjunto de variáveis cinemáticas foi medido a cada chute e revelou uma queda de desempenho do chute (p<0,05) que foi caracterizada por uma menor velocidade linear do tornozelo, joelho e quadril no contato com a bola (p<0,05). As máximas velocidades lineares do tornozelo e do joelho também foram afetadas (p<0,05). A máxima velocidade angular e velocidade angular no instante de contato com a bola da coxa, joelho e tornozelo permaneceram inalterados. A máxima velocidade linear do quadril também permaneceu inalterados em resposta do protocolo de exercício intermitente. A correlação do desempenho de chute e as variáveis da função muscular (pico de torque e taxa desenvolvimento de torque) e variáveis cinemáticas apresentaram alteração sob efeito do protocolo de exercício intermitente. Nos primeiros chutes a correlação com o desempenho ocorreu com a articulação do quadril enquanto ao final do protocolo a correlação do desempenho de chute apresentou correlação com a articulação do joelho. A queda de desempenho do chute (velocidade linear do metatarso) relacionada com a variável da função muscular (taxa de queda de desempenho de torque isométrico) indicou que quanto maior a queda no desempenho dos músculos flexores dos joelhos maiores as perdas de desempenho de chute. Conclui-se que o desempenho do chute no futsal sob efeito de protocolo de exercício intermitente é alterado. Estes resultados indicam que o mesmo possivelmente ocorra durante jogos e treinos do futsal, visto característica intermitente da modalidade.

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