Resumo

Avaliar como a manipulação da informação sobre a duração da corrida interfere nos componentes psicológicos e nos parâmetros fisiológicos de atletas.
Métodos: Dezoito atletas (09 homens e 09 mulheres) atenderam a quatro triagens experimentais de corrida na esteira a 70% da velocidade de pico de corrida. Na primeira triagem experimental, os atletas foram instruídos a correr por 20 min e o esforço foi interrompido aos 20 minutos (linha de Base). Na segunda triagem experimental, foram instruídos a correr por 10 minutos, sendo que no 10º minuto, receberam a instrução para correr por mais 10 minutos (fragmentada); na terceira triagem experimental, receberam a tarefa de correr por 10 minutos, e ao 10º minuto, foram informados que teriam que correr por mais 20 minutos, no entanto, o esforço foi interrompido ao 20 minutos (superestimada). Na última triagem experimental, não receberam a informação da duração da corrida, mas o esforço foi interrompido aos 20 minutos (indefinido). Durante cada uma das sessões experimentais, o perfil do estado de humor, o nível de cortisol salivar, lactato sanguíneo, a percepção subjetiva do esforço, a freqüência cardíaca, o escore de sentimentos e o foco de atenção foram avaliados. O nível de significância estatística foi fixado em 0,05%.
Resultados: Os resultados estão apresentados por meio da estatística descritiva. A análise de variância com post hoc de Tukey, o teste de Wilcoxon e a correlação de Spearman foram utilizadas para comparação entre os tratamentos e as variáveis experimentais. O afeto e nível de cortisol (mmol/l) apresentaram correlação estatisticamente significativa apenas no final do tratamento A (linha de base; 0,849*) e no tratamento B (fragmentada; 0,949**), após os dez minutos de corrida. Para o lactato e a percepção subjetiva do esforço houve correlações estatisticamente significativas durante todo o tratamento B (fragmentada). O distúrbio total de humor e a percepção subjetiva do esforço não apresentaram correlação estatisticamente significativa, no entanto, houve correlação estatisticamente significativa para o humor e o afeto durante o tratamento D (indefinido); humor e lactato no tratamento C (superestimada); e humor e cortisol no início do tratamento D (0,916*).
Conclusão: A manipulação da informação sobre a duração da corrida que o atleta recebeu alterou a relação entre as respostas metabólicas e do afeto. No entanto, a percepção subjetiva do esforço pareceu não ser alterada pela manipulação da informação sobre a duração da corrida, mas o desconhecimento da duração da corrida mudou a percepção subjetiva do esforço. O distúrbio total de humor pré-corrida relacionou-se com o comportamento do afeto durante a corrida.

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