Resumo

O presente estudo teve por finalidade demonstrar que a Educação Física (disciplina curricular em todas as séries do 1º grau), sendo ministrada embasada nos princípios da educação psicomotora, pode contribuir para o desenvolvimento de condições básicas exigidas para o início do processo de alfabetização em crianças deficientes mentais educáveis, pertencentes às classes de educação especial do Sistema de Ensino do Estado do Espírito Santo, Município de Vitória.Assim, procurou-se verificar o efeito de atividades motoras sobre: a) a evolução da maturidade para ler e escrever; b) os aspectos cognitivos e psicomotores avaliados pelo Teste ABC; c) a coordenação motora geral enquanto fator de execução predominantemente exigido no mecanismo da leitura e escrita; e d) o rendimento escolar. Verificou-se também a correlação entre as variáveis, duas a duas.Foram sujeitos deste estudo, sessenta e quatro crianças, de ambos os sexos (20 mulheres e 44 homens), na faixa etária de 7 (sete) anos a 13 (treze) anos e 10 (dez) meses de idade, todos classificados como deficientes mentais educáveis, que constituíram no presente trabalho dois grupos: um experimental (32 sujeitos) e outro controle (32 sujeitos).Após realizado o pré-teste com todos os sujeitos, o grupo experimental foi exposto a um programa de atividades motoras, durante um período de três meses. O programa, estruturado com base na educação psicomotora, estimulou o desenvolvimento do esquema corporal, coordenação motora, percepção e orientação espacial e temporal e linguagem, e foi desenvolvido paralelamente à unidade 01 do Programa de Ensino para Classes Deficientes Mentais Educáveis - DME-ES.Ao final do programa de atividades motoras, todos os sujeitos foram submetidos ao pós-teste. Procedeu-se então ao tratamento estatístico e os resultados indicaram que o programa de atividades motoras sistematizadas, com base nos princípios fundamentais da educação psicomotora, se mostrou eficiente no sentido de contribuir para a melhoria das condições básicas exigidas na preparação inicial da criança deficiente mental educável para a alfabetização. Isto nos foi indicado pelo desempenho do grupo experimental, sempre melhor do que o obtido pelo grupo controle.

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