Resumo

O objetivo central deste estudo foi analisar o efeito da cadência de pedalada (50 x 100rpm) sobre a freqüência cardíaca (FC) e a resposta de lactato sanguíneo durante o exercício incremental e de carga constante em indivíduos ativos. Nove indivíduos ativos do sexo masculino (20,9 ± 2,9 anos; 73,9 ± 6,5kg; 1,79 ± 0,9m) submeteram-se a dois testes incrementais e a 6-8 testes de carga constante para determinação da intensidade correspondente à máxima fase estável de lactato sanguíneo (MLSSintens) nas duas cadências. A potência máxima (Pmax) atingida no teste incremental e a MLSSintens foram significativamente menores a 100rpm (240,9 ± 12,6W; 148,1 ± 15,4W) quando comparada a 50rpm (263,9 ± 18,6W; 186,1 ± 21,2W), respectivamente. A FCmax não se alterou em função da cadência (50rpm = 191,1 ± 8,8bpm; 100rpm = 192,6 ± 9,9bpm). Independentemente da cadência, os percentuais da FCmax (70, 80, 90 e 100%) determinaram as mesmas concentrações de lactato durante o teste incremental. Entretanto, quando a intensidade foi expressa em percentuais da Pmax ou da potência absoluta, os valores de lactato e FC foram sempre maiores na cadência mais alta. A FC correspondente a MLSSintens foi semelhante para as duas cadências analisadas (50rpm = 162,5 ± 9,1bpm; 100rpm = 160,4 ± 9,2bpm). Com base nestes resultados, podemos concluir que, independente da cadência empregada (50 x 100rpm), a utilização da FC na individualização da intensidade de esforço indica respostas semelhantes do lactato sanguíneo, e que esta relação também se mantém no exercício de intensidade constante realizado na MLSSintens. Por outro lado, a utilização de percentuais da Pmax apresenta dependência da cadência utilizada, indicando diferentes respostas fisiológicas para um mesmo percentual.

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