Efeito crônico do alongamento prévio ao treinamento resistido reforçado excentricamente sobre indicadores morfológico do quadríceps femoral
Por Maria Eduarda Araújo Lara (Autor), Izabela Mendes Alves (Autor), Érike Augusto de Sousa Resende (Autor).
Em II Simpósio Internacional de Fisiologia do Exercício e Saúde
Resumo
O treinamento resistido (TR) tem sido amplamente aceito como uma abordagem efetiva para promover a saúde, resultando em melhorias significativas na força e capacidade funcional dos músculos. Algumas pesquisas têm explorado o impacto do alongamento nos processos musculares; no entanto, a influência do alongamento realizado antes do TR reforçado excentricamente (TRRE) nos aspectos morfológicos musculares permanece um tema controverso e carente de estudos abrangentes. Objetivo: Determinar o efeito crônico do alongamento prévio ao TRRE sobre indicadores morfológicos do quadríceps femoral. Métodos: Foram avaliados 20 indivíduos, com idade entre 18 e 24 anos, que se submeteram aleatoriamente a duas condições: grupo TRRE (GTRRE) e grupo flexibilidade + TRRE (GFTRRE). Em ambos os grupos, os voluntários realizaram 20 sessões de treinamento, com 4 séries de 8-12 repetições do exercício de extensão de joelho, à potência concêntrica máxima, com dois minutos de intervalo de descanso, entre as séries. O treinamento foi realizado em uma máquina com volantes inerciais, para a promoção do reforço excêntrico. Somente o GFTRRE, realizou 4 séries de alongamento pelo método passivo, com duração de 30s, para musculatura de quadríceps femoral (flexão do joelho). Os indicadores morfológicos avaliados foram o perímetro de coxa e a dobra cutânea de coxa. O tratamento estatístico constou do teste de normalidade de Shapiro Wilk, e das comparações intragrupo (pré x pós) e intergrupos (GTRRE x GFTRRE) por meio da análise multivariada da variância (MANOVA) para medidas repetidas, empregando dois fatores: tempo e grupo. Adotouse um nível de significância estatística de p < 0,05. Resultados: Foi observado que o GTRRE (Pré: 53,00 ± 4,51cm; Pós: 54,13 ± 4,88 cm) apresentou aumento do perímetro da coxa, enquanto o grupo GFTRRE (Pré: 58,63 ± 3,76 cm; Pós: 58,22 ± 3,32 cm) não (F: 4,99; p: 0,038). Já para a dobra cutânea, não houve diferença intragrupo (F: 0,66; p: 0,421). Conclusão: A realização do alongamento prévio ao TRRE teve como efeito crônico o aumento do perímetro de coxa, fato não observado no grupo que não realizou o alongamento. A execução do alongamento prévio ao TRRE não demonstrou diferenças estatisticamente significativas na dobra cutânea. Isso pode indicar que, o alongamento prévio ao TRRE atuou como um facilitador da hipertrofia muscular no quadríceps femoral de indivíduos adultos jovens.