Efeito da Cafeína Sobre o Metabolismo e Desempenho Cognitivo-motor de Corredores Submetidos Ao Exercício no Calor
Por Anderson Guilherme de Oliveira Feitosa (Autor), Fabiana Accioly de Lima (Autor), João Araújo Barros-neto (Autor), Aníbal Monteiro de Magalhães Neto (Autor), Eduardo Seixas Prado (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: a cafeína é uma droga psicoativa comumente usada como um recurso ergogênico para melhorar o desempenho no exercício, tal como beneficiar a atividade cognitiva-motora. Por outro lado, a cafeína parece alterar o metabolismo e aumentar o risco de danos musculares durante o exercício. Se a atividade for realizada no calor, é possível postular que esses danos podem ser maiores, pois a cafeína é conhecida por favorecer a desidratação. Objetivo: verificar o efeito da cafeína sobre o metabolismo e desempenho cognitivo-motor de corredores submetidos ao exercício no calor. Materiais e métodos: participaram do estudo dezoito corredores habituados a provas longas (acima de 10 km), do sexo masculino. Os corredores foram divididos em dois grupos de nove atletas cada: cafeína (CEX) e placebo (PEX). O CEX recebeu cápsulas contendo cafeína (5 mg.kg-1), enquanto o PEX recebeu um placebo na mesma concentração, uma hora antes de uma corrida de meia maratona. Antes (pré) e após (pós) a corrida, os corredores foram submetidos a coletas sanguíneas para avaliações: metabólica e de hidratação (amônia, ureia, urato, lactato, glicose e sódio); e de marcadores de dano muscular (creatina quinase – CK, lactato desidrogenase – LDH, aspartato aminotransferase – AST, alanina aminotransferase – ALT). Testes para avaliação do desempenho cognitivo-motor (coordenação motora, memória imediata e tempo de reação simples – TRS), além de registros das condições climáticas (através do Índice de Bulbo Úmido Temperatura de Globo - IBUTG), também realizados, pré e pós corrida. Teste t pareado e não pareado foram utilizados para análise dos resultados, adotando-se um nível de significância de 5%. Resultados: o IBUTG foi de ~ 30 ºC no final da corrida. Ambos os grupos acabaram a corrida igualmente desidratados (~ 296 mOsm/kg). Houve aumento significativo, em ambos os grupos, nas concentrações de lactato, amônia e sódio, após a corrida. Não houve mudança na glicemia e uricemia. Porém, a uremia aumentou significativamente no PEX (pré: 4,16 ± 0.33 mmol/L vs pós: 5,16 ± 0,39 mmol/L), mas não no CEX (pré: 4,68 ± 0,47 mmol/L vspós: 5,24 ± 0,41 mmol/L). Houve aumento significativo da CK e LDH, apenas no CEX, mas sem mudanças para AST e ALT. O TRS foi pior no PEX, mas não alterou no CEX. Não houve mudanças para as outras variáveis cognitivas-motoras. Conclusão: os dados sugerem que a ingestão de cafeína retarda o aumento da uremia, induz dano muscular e melhora o tempo de reação em corredores após meia maratona realizada no calor. Conclusão: os dados sugerem que a ingestão de cafeína retarda o aumento da uremia, induz dano muscular e melhora o tempo de reação em corredores após meia maratona realizada no calor.