Resumo

Introdução: A hipertensão arterial (HA) em idosos aumentou nas últimas décadas, sendo um dos fatores de risco associado à morte. O envelhecimento provoca alterações deletérias no sistema cardíaco. A caminhada minimiza os efeitos negativos da HA em idosos hipertensos, maiores esclarecimentos são necessários sobre o efeito da caminhada nessa população. Objetivo: Analisamos o efeito da caminhada na pressão arterial (PA)em idosos hipertensos. Método: Estudo com idosos hipertensos controlados e randomizados em dois grupos, treinamento (GT) e controle (GC). A condição hipertensiva foi definida a partir de um auto-relato e a PA foi coletada em repouso fisiológico com o uso de aparelho digital da marca GTECH®, enquanto que para a capacidade física utilizamos a variável VO2pico em ml.Kg.-1min.-1, determinada em um teste de esforço físico e verificado por um analisador de gases (Cosmed Quarker CPET ®). A partir das diretrizes do American College Sport Medicine o GT realizou um treinamento com duração de 3 meses de caminhada contínua de 30min. com intensidade entre 50% a 75% da FCpico. atingida no teste de esforço físico realizado previamente, com frequência semanal de 3 vezes. Ao GC foi solicitado a não participação em caminhadas sistematizadas durante o mesmo período do GT. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Paulo com nível de significância de p ≤ 0,05. Resultados: Recrutamos para o GT 10 pacientes, idade média de 67,7 (±5,6) anos, 70% feminino, massa corporal média de 76,9Kg (±12,1), estatura de 1,59cm (±0,0cm), IMC 30,5Kg/m2 (±4,3Kg/m2) e para o GC 10 pacientes, idade de 69,1 (±4,7), 80% do gênero feminino, massa corporal média de 65,2Kg (±10,9), estatura de 1,55cm (±0,0cm), IMC 27,0Kg/m2 (±4,1Kg/m2). O GT não apresentou alteração no VO2pico [19,88 para 20,89 (p = 0,29) Δ% de 4,8], assim como o GC [20,27 para 19,73 (p = 0,61) Δ% de -2,7]. Aspressões arterial sistólica e diastólica (PAS e PAD em mmHg) no GT não resultaram em melhoria [PAS de138,1 para 130,2 (p = 0,25) Δ% de -5,7 e PAD de 76,3 para 73,8 (p = 0,33) Δ% de -3,3]. O GC também apresentou resultados não alterados [PAS de136,1 para 133,0 (p = 0,64) Δ% de -2,3 e PAD de77,4 para 75,1 (p = 0,62) Δ% de -3,0].
Conclusão: A caminhada não alterou oVO2picoe os valores pressóricos sistólico e diastólico nos idosos deste estudo, no entanto foi eficaz em manter a pressão arterial, sugerindo um efeito protetor e melhor qualidade de vida aos pacientes hipertensos.

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