Efeito da Caminhada no Vo2pico e na Pressão Arterial em Um Grupo de Idosos Hipertensos. Um Estudo Controlado e Randomizado
Por Silvio Lopes Alabarse (Autor), Luiz Henrique Peruchi (Autor), Luciano Pereira Marotto (Autor), Wagner Correia Santos (Autor), Japy Angeli Oliveira Filho (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: A hipertensão arterial (HA) em idosos aumentou nas últimas décadas, sendo um dos fatores de risco associado à morte. O envelhecimento provoca alterações deletérias no sistema cardíaco. A caminhada minimiza os efeitos negativos da HA em idosos hipertensos, maiores esclarecimentos são necessários sobre o efeito da caminhada nessa população. Objetivo: Analisamos o efeito da caminhada na pressão arterial (PA)em idosos hipertensos. Método: Estudo com idosos hipertensos controlados e randomizados em dois grupos, treinamento (GT) e controle (GC). A condição hipertensiva foi definida a partir de um auto-relato e a PA foi coletada em repouso fisiológico com o uso de aparelho digital da marca GTECH®, enquanto que para a capacidade física utilizamos a variável VO2pico em ml.Kg.-1min.-1, determinada em um teste de esforço físico e verificado por um analisador de gases (Cosmed Quarker CPET ®). A partir das diretrizes do American College Sport Medicine o GT realizou um treinamento com duração de 3 meses de caminhada contínua de 30min. com intensidade entre 50% a 75% da FCpico. atingida no teste de esforço físico realizado previamente, com frequência semanal de 3 vezes. Ao GC foi solicitado a não participação em caminhadas sistematizadas durante o mesmo período do GT. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Paulo com nível de significância de p ≤ 0,05. Resultados: Recrutamos para o GT 10 pacientes, idade média de 67,7 (±5,6) anos, 70% feminino, massa corporal média de 76,9Kg (±12,1), estatura de 1,59cm (±0,0cm), IMC 30,5Kg/m2 (±4,3Kg/m2) e para o GC 10 pacientes, idade de 69,1 (±4,7), 80% do gênero feminino, massa corporal média de 65,2Kg (±10,9), estatura de 1,55cm (±0,0cm), IMC 27,0Kg/m2 (±4,1Kg/m2). O GT não apresentou alteração no VO2pico [19,88 para 20,89 (p = 0,29) Δ% de 4,8], assim como o GC [20,27 para 19,73 (p = 0,61) Δ% de -2,7]. Aspressões arterial sistólica e diastólica (PAS e PAD em mmHg) no GT não resultaram em melhoria [PAS de138,1 para 130,2 (p = 0,25) Δ% de -5,7 e PAD de 76,3 para 73,8 (p = 0,33) Δ% de -3,3]. O GC também apresentou resultados não alterados [PAS de136,1 para 133,0 (p = 0,64) Δ% de -2,3 e PAD de77,4 para 75,1 (p = 0,62) Δ% de -3,0].
Conclusão: A caminhada não alterou oVO2picoe os valores pressóricos sistólico e diastólico nos idosos deste estudo, no entanto foi eficaz em manter a pressão arterial, sugerindo um efeito protetor e melhor qualidade de vida aos pacientes hipertensos.