Resumo
A crioterapia e a recuperação ativa são métodos de recuperação pós-exercício utilizados para atenuar efeitos da fadiga que levam à exaustão e ao dano muscular. No entanto, apesar de serem utilizados no âmbito esportivo, pouco se sabe sobre seus efeitos de forma aguda em um exercício que requeira potência muscular, tal como o salto vertical. Desta forma, o objetivo da presente dissertação foi analisar o efeito da crioterapia e da recuperação ativa na cinemática e cinética do salto vertical com contra-movimento (SVCM) após fadiga. Participaram do estudo, 15 homens atletas das modalidades de atletismo e handebol (Idade= 23,20 ± 4,49 anos, Estatura= 1,79 ± 0,07 m, Massa= 72,24 ± 9,24 kg). Foram realizadas 3 condições experimentais, a saber: Controle (CON), Imersão em água fria e gelo (IAF) e Recuperação ativa (RA). Na condição Controle, foram realizados 3 SVCM com 1 minuto de intervalo entre cada (Pré). Após os saltos, séries múltiplas do exercício de afundo foram realizadas como exercício indutor de fadiga e dano muscular (EIDM). Dez minutos após o EIDM foram realizados 3 SVCM (Pós), os quais foram repetidos 60 minutos (Pós60) e 24 horas (Pós24h) após o EIDM. A condição IAF, possuiu o mesmo delineamento em relação à condição CON, no entanto, após a fase Pós foi realizada uma imersão em água fria e gelo por 10 minutos a uma temperatura média entre 10º e 15ºC. A condição RA consistiu na realização de corrida de intensidade leve por 10 minutos após a fase Pós. Uma plataforma de força (AMTI; 250Hz) registrou aspectos relacionados a força de reação solo. O sistema Vicon (7 câmeras; 250Hz) registrou o movimento realizado a partir de análise tridimensional. O processamento dos dados foi realizado a partir de rotina no software MATLAB. Foi adotado um filtro Butterworth (4ºordem, recursivo, 24Hz para variáveis cinéticas e 4Hz para variáveis cinemáticas). Para análise descritiva, foram adotadas mediana e amplitude interquartil. Para análise inferencial, foi realizado o teste de Kruskal-Wallis para comparação entre condições e Friedman para comparação entre fases. Para comparações posteriores, foi aplicado o post-hoc de Dunn's. A significância adotada foi de 5% (P<0,05). Não foi encontrado efeito (H<2.48; P>0.05) nas condições que envolviam métodos de recuperação quando comparada à condição Controle para as variáveis cinéticas e cinemáticas adotadas. No entanto, foi verificado efeito de fases (X24,15<27.68; d<1.98; P<0.03). Apesar dos efeitos prejudiciais da aplicação de gelo em variáveis referentes à força e velocidade nas fases Pós-teste, tal método de recuperação proporcionou a manutenção da amplitude de movimento da articulação do joelho quando comparada à fase Pré, enquanto que a RA resultou na recuperação da amplitude do tornozelo. Foram sugeridos estudos com novos métodos de recuperação acompanhados por análises individualizadas para melhor interpretação sobre o desempenho de cada atleta.