Resumo

O estudo teve como propósito investigar a presença do efeito da idade relativa e a influência do quartil de nascimento na antropometria, maturação biológica e desempenho físico e técnico de jovens futebolistas. Foram amostrados 119 futebolistas do sexo masculino, sendo 74 da categoria infantil (sub-15) e 45 da categoria juvenil (sub-17). A data de nascimento dos atletas foi dividida em quatro quartis. Foram avaliadas a massa corporal, a estatura e as dobras cutâneas. A maturação biológica foi acedida através da idade esquelética, pelo método de Fels. O desempenho físico incluiu testes de força de membros inferiores, velocidade, resistência aeróbica e potência anaeróbica. O desempenho técnico foi avaliado pelas provas de controle da bola, condução da bola e precisão de chute. No geral, 65,5% dos futebolistas nasceram no primeiro semestre do ano (c2=8,069, p=0,04), porém, na análise por categoria, não houve diferença significante na distribuição das datas de nascimento por quartil quando comparado com a população de referência (sub-15: c2=6,322, p=0,10; sub-17: c2=2,339, p=0,50). A MANCOVA não revelou diferenças significantes entre os quartis na antropometria, maturação biológica e desempenho físico e técnico em ambas as categorias competitivas. Estes resultados sugerem que existe maior proporção de jovens futebolistas brasileiros nascidos nos primeiros meses do ano, mas que o EIR não constitui necessariamente uma vantagem sob o ponto de vista antropométrico, físico e técnico. Os processos individuais de maturação biológica devem ser considerados pelos técnicos na seleção dos atletas. 

Acessar