Resumo

Introdução: O Efeito da Idade Relativa (EIR) trata-se da diferença etária entre atletas da mesma categoria que ocasiona desvantagem daqueles nascidos nos últimos meses do ano quando comparados aos nascidos nos primeiros meses. Isso se deve ao menor desenvolvimento maturacional, físico e psicológico, que são imprescindíveis para os esportes coletivos de invasão, como o handebol. Objetivos: O objetivo do presente
estudo foi investigar a existência do EIR em estudantes-atletas de handebol da categoria A (15 a 17 anos), de ambos os sexos, que disputaram os Jogos Escolares Mato-grossenses (JEM’s) de 2021. Referencial teórico: As divisões por ordem cronológicas para seleção de atletas, sem avaliações biológicas, podem acarretar em grandes riscos de treinadores basearem suas escolhas em níveis maturacionais, e não em talentos, o que pode ocasionar o EIR. Estudos na modalidade handebol demonstraram o EIR em jovens atletas do sexo masculino, nos quais a maioria dos jogadores eram nascidos no primeiro semestre do ano. Considerando jovens atletas do sexo feminino, o EIR demonstrou-se presente em alguns estudos, porém, em outros, não. Além disso, em relação a estudantes-atletas em contexto escolar, existem poucos estudos
relacionados ao EIR. Materiais e métodos: A amostra foi composta por 237 estudantes-atletas da categoria A (15 a 17 anos), sendo 97 femininos e 140 masculinos, que participaram dos JEM’s e Jogos Estudantis de Seleções Mato-grossenses em 2021. Os estudantes-atletas foram distribuídos em quartis de acordo com a data de nascimento (Q1 = jan a mar; Q2 = abr a jun; Q3 = jul a set; Q4 = out a dez) e foram realizados testes
de ajuste qui-quadrado ( 2) para comparar a distribuição das datas de nascimento com comparações postχ hoc. Em todas as análises, calculou-se a força de associação (V de Cramer) dos testes qui-quadrado e a Razão de Chances (OR) para os quartis que apresentaram diferença significativa. O nível de significância adotado foi de 0,05. Resultados e Discussão: Os resultados das análises do sexo masculino revelaram que
a distribuição observada foi diferente da esperada ao comparar os quartis de nascimento, com uma maior proporção de estudantes-atletas nascidos no segundo trimestre (Q2) em comparação aos nascidos no quarto trimestre (Q4) do ano. Nas análises do sexo feminino, não foram encontradas diferenças significativas. Conclusão: Conclui-se, de acordo com os resultados do presente estudo, que o EIR esteve presente no sexo masculino, mas não no feminino, reforçando o entendimento que nas categorias menores do handebol, o EIR é mais prevalente no sexo masculino.