Resumo
O objetivo do presente estudo foi, analisar se em condição de série única a intensidade de carga do treinamento resistido (TR) impacta positivamente na composição corporal (massa muscular e gordura), força muscular e desempenho físico de mulheres na pósmenopausa. Finalizaram o estudo 32 participantes que estavam alocadas randomicamente em uma de três condições: grupo controle (CT, n = 10; idade = 62,5 ± 7,4; IMC = 28,3 ± 5,2), grupo TR de baixa carga (BC, n = 10; idade = 62,7 ± 8,2; IMC = 26,8 ± 5,1) que realizou uma série de 25-30 repetições máximas por exercício, e grupo TR de alta carga (AC, n = 12; idade = 61,5 ± 7,2; IMC = 26,3 ± 6,2) que realizou uma série de 8-12 repetições máximas por exercício. Os grupos TR realizaram oito exercícios, com 90 segundos de intervalo entre os exercícios, três vezes por semana durante 24 semanas. A massa muscular, o percentual de gordura (%Gord) e a massa gorda do tronco (MGTronco) foram avaliada pelo DEXA. A força muscular foi medida através do teste de uma repetição máxima no leg press. O desempenho físico foi avaliado pelo teste Timed Up and Go (TUG) e pelo teste de levantar e sentar de 30 segundos. Para análise dos dados, os ganhos (Δ) entre os grupos foram comparados usando ANCOVA (covariáveis: idade, uso de anti-hipertensivo, terapia de reposição hormonal e valores do momento pré). O nível de significância adotado foi de 5%. Após as 24 semanas de TR, a massa muscular de membros inferiores e superiores (somados) aumentou em ambos os grupos AC (Δ = 0,58 kg; IC95%: 0,27 - 0,89 kg) e BC (Δ = 0,46 kg; IC95%: 0,18 - 0,74 kg) em relação ao CT (Δ = -,005 kg; IC95%: -0,36 - 0,26 kg) sem diferença entre eles (p=0,016 η =0,30 poder= 0,76). Para a força muscular, o grupo AC (Δ = 48,7 kg; IC95%: 32,9 - 64,4 kg) obteve maiores ganhos em relação aos grupos CT (Δ = 4,1 kg; IC95%:-10,6 - 18,9 kg) e BC (Δ = 21,7 kg; IC95%:7,6 - 35,7 kg) (p=0,001 η2=0,41 poder= 0,95). A MGTronco, o %Gord, assim como desempenho físico não alteraram de forma diferente entre os grupos TR e o grupo CT. Assim concluímos que em uma situação de baixo volume de TR (uma série por exercício), a intensidade de carga não afeta a hipertrofia em mulheres na pósmenopausa. No entanto, para o aumento de força muscular parece existir dependência do uso cargas mais altas. O %Gord, a MGTronco e o desempenho físico não foram alterados de forma diferente entre os grupos após a investigação.