Resumo

Os efeitos da relação torque-ângulo, arquitetura e recrutamento voluntário muscular (EMG50) na capacidade de produzir força explosiva foram avaliados em três experimentos. Aspectos experimentais similares foram a realização de avaliações da taxa de desenvolvimento de torque (TDT) nos momentos iniciais (≤ 150 ms) e tardios (≥ 200 ms) a partir de contrações voluntárias isométricas máximas (CVIM). Estudo I: a influência da relação torque-ângulo na TDT dos extensores do joelho (EJ) foi estudada em 31 voluntários (27 ± 4 anos) em diferentes ângulos do joelho em relação ao ângulo ótimo (K; K-15°, K-30°, K+15° e K+30°). A relação TDTângulo foi construída para os valores absolutos e normalizados (pelo torque CVIM). O efeito do ângulo foi observado e as relação TDT-ângulo absoluta e normalizada tiveram diferentes padrões de comportamento. A forte correlação entre o torque CVIM e TDT (r = 0,70-0,86) sugere que a TDT-ângulo absoluta é muito similar à CVIM-ângulo. Estudo II: examinamos a TDT de EJ e dos flexores do cotovelo (FC) considerando a arquitetura muscular do vasto lateral (VL = penado) e do bíceps braquial (BB = fusiforme). Participaram 17 voluntários (28 ± 6 anos) e a TDT50 e TDT200 (50 e 200 ms, respectivamente), EMG50 e o atraso eletromecânico (EMD) foram obtidos. O torque CVIM, TDT50, e TDT200 foram maiores nos EJ (412%, 215% e 427%, respectivamente), contudo, após a normalização, a TDT50 de FC foi mais rápida (178%). Não foram observadas diferenças significativas para o EMG50 e EMD. Assim, sugerindo que a TDT absoluta maior dos EJ é relacionada ao seu maior torque CVIM. Contudo, quando esse efeito foi controlado, a arquitetura fusiforme possibilitou uma TDT inicial mais rápida. Estudo III: Fatores neuromusculares foram examinados usando coeficientes de correlação multivariado entre TDTs com o torque CVIM e EMG50 em diferentes posições articulares. Participaram 17 (28 ± 6 anos) sujeitos que realizaram CVIMs dos EJ em cinco ângulos do joelho (30°, 45°, 60°, 75, e 90°). A espessura do quadríceps (VL+VI) foi quantificada com ultrassonografia. Correlações moderadas e muito altas foram observadas entre o torque CVIM e TDT (r = 0,50-0,89; > na tardia). Correlações moderada até muito alta foram observadas entre TDT e EMG50 (r = 0,40-0,85; > na inicial). Apenas a TDT tardia se correlacionou com a espessura muscular (r = 0,50). Os resultados reforçam que as TDTs inicial e tardia possuem diferentes fatores fisiológicos subjacentes. Em conjunto, os achados sugerem que: (1) a relação TDT-ângulo (força explosiva) absoluta é amplamente terminada pela relação CVIM-ângulo (força máxima), o que é mais evidenciado na fase tardia da TDT; (2) a arquitetura fusiforme pode exercer influência na TDT inicial; (3) as TDTs inicial e tardia são governadas por diferentes fatores neuromusculares. A TDT inicial parece ser principalmente influenciada pelo recrutamento voluntário muscular, enquanto a espessura muscular do quadríceps e a força máxima dos EJ, aparentemente, são importantes determinantes da TDT tardia.

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