Efeito da Suplementação de Antioxidantes Sobre Dano Muscular, Estresse Oxidativo e Performance em Testes Motores Realizados em Jogadores de Futebol.
Por Donizete Cícero Xavier de Oliveira (Autor), Ariobaldo Frisselli (Autor), Rafael Deminice (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
INTRODUÇÃO: A suplementação de antioxidantes tem sido utilizada na tentativa de reduzir os efeitos de treinos intensos e competições esportivas no dano muscular, dor muscular de início tardio (DOMS) e estresse oxidativo, a fim de se evitar a queda de performance esportiva e/ou reduzir o tempo de recuperação entre estes eventos. OBJETIVO: Investigar o efeito da suplementação de antioxidantes sobre marcadores de estresse oxidativo, dano muscular, DOMS e performance em atletas submetidos a um protocolo de dano muscular. MATERIAIS E MÉTODOS: 21 jogadores de futebol, foram divididos aleatoriamente em 2 grupos suplementados com antioxidantes (vit C 500 mg e vit E 400 UI/dia; ANT, n=11) ou placebo (PLA, n=10). Após coletarem sangue e realizem 3 testes de performance na situação baseline (Salto Vertical, utilizando plataforma de salto smartspeed® teste T de agilidade e teste de potência RAST, utilizando foto célula hidrofit®), os atletas de ambos os grupos foram submetidos a um protocolo para indução de dano muscular que consistiu em 100 saltos sobre uma caixa de 60 cm, seguido de testes de exaustão muscular em equipamentos de musculação (4 séries a 80% de 1RM até a falha concêntrica para os exercícios agachamento, extensora e flexora). Os atletas foram reavaliados nos momentos 24h, 48h e 72h pós protocolo de dano para performance e testes de sangue. Nas amostras sanguíneas foram determinados CK, marcadores de estresse oxidativo e antioxidantes. Na análise estatística foi utilizada ANOVA para medidas repetidas, post hoc de Sidak e adotado nível de significância de p<0,05. RESULTADOS: O protocolo de dano muscular promoveu elevação na concentração de CK (PLA= Pré: 257±36; 24h: 518±57; 48: 566±52 e 72h: 453±32 U/L e ANT= Pré: 169±15; 24h: 409±40; 48h: 393±21 e 72h: 368±21 U/L) e DOMS de 24 a 72h em ambos os grupos, sem diferença entre eles. Em relação aos marcadores de estresse oxidativo o protocolo promoveu elevação de Tbars em 24h (PLA= 57±7 e ANT=31±7) e redução razão GSH/GSSG (PLA= Pré: 1,8±0,2; 24h: 1,7±0,1; 48:1,4±0,2 e 72h: 1,3±0,2 U/L e ANT= Pré: 1,7±0,1; 24h: 1,6±0,1; 48h: 1,80,1 e 72h:2±0,1) no grupo placebo ao longo do período de recuperação (ambos marcadores indicam estresse oxidativo). Em contrapartida, a suplementação antioxidante preveniu elevação de Tbars e aumentou a razão GSH/GSSG, indicando balanço redox. Não foi observado diferença entre os grupos para os testes de performance em nenhum dos momentos avaliados. CONCLUSÃO: A suplementação antioxidante inibiu o estresse oxidativo, entretanto não influenciou a performance nos testes motores, assim como não reduziu dano muscular avaliado por CK e DOMS, quando comparado ao grupo placebo.