Resumo
O envelhecimento está associado à neurodegeneração e perda de função muscular, mas a cafeína pode melhorar a habilidade do sistema nervoso central em gerar força. Entretanto, a maioria dos estudos tem como foco indivíduos mais novos, enquanto nenhum estudo até o momento comparou os efeitos da cafeína na capacidade de geração de torque entre homens mais novos e mais velhos. Este estudo comparou os efeitos da cafeína no pico de troque (PT) e na taxa de produção de torque (TPT) de homens mais novos e mais velhos. Vinte e dois homens mais novos (25±5 anos) e 21 mais velhos (68±6 anos) obtiveram o torque isométrico dos flexores plantares aferido em dois dias distintos (2-7 dias de intervalo). PT e TPT (ou seja, a inclinação da curva torque-tempo) foram medidas antes e 60 min após a ingestão de 3 mg/kg de cafeína ou placebo (duplo-cego). Uma ANOVA mista de três fatores foi utilizada para analisar potenciais diferenças entre o tempo (pré vs pós-suplemento), condição (cafeína vs placebo) e grupo (mais velho vs mais novo). O tamanho do efeito de Cohen (TE) foi utilizado para demonstrar a magnitude das diferenças. A cafeína aumentou o PT tanto em homens mais velhos (3.5%; p = 0.026; TE = 0.17) quanto mais novos (3.0%; p = 0.029; TE = 0.29), mas não modificou a TPT. Uma TPT reduzida foi observada nos homens mais novos após a ingestão de placebo (-6.5%, p = 0.007; ES = -0.27). Em conclusão, uma baixa dose de cafeína aumentou o pico de torque dos músculos flexores plantares de homens mais velhos e mais novos, com uma resposta mais heterogênea nos mais velhos, mas não demonstrou efeito na taxa de produção de torque.