Efeito da Utilização Isolada e Combinada de Roupas Impregnadas de Biocerâmica na Performance de Corrida de 10 Km
Por J. P. Furlan (Autor), C. S. Peserico (Autor), D. F. da Silva (Autor), F. A. Manoel (Autor), L. A. Conrado (Autor), F. A. Machado (Autor).
Resumo
Diversos efeitos da fototerapia sobre o metabolismo aeróbio são descritos na literatura, desde melhora da função e estrutura mitocondrial, até mesmo hiperemia local; no entanto, poucos estudos descrevem respostas da fototerapia como recurso ergogênico em performances aeróbias. O objetivo deste trabalho foi analisar o efeito do uso de roupas impregnadas de biocerâmica na performance de corrida de 10 km. Dez corredores do sexo masculino (28,2 ± 4,2 anos; 73, 0 ± 7,5 kg; 176,0 ± 7,0 cm; índice de massa corporal 23,5 ± 2,3 kgom2; percentual de gordura 19,3 ± 4,2%) familiarizados com a prática de corrida e provas de 10 km (tempo entre 40 e 60 minutos) realizaram três performances de 10 km em pista oficial de atletismo nas seguintes condições: utilizando roupas pessoais - controle (C), utilizando roupas impregnadas de biocerâmica (CER) e utilizando roupas placebo (PLA). A CER ou PLA foi utilizada durante 1 hora antes do início da performance de corrida. Durante todas as performances foram registradas, a cada 400 m, a frequência cardíaca (FC), a percepção subjetiva do esforço (PSE) e o tempo parcial de cada volta. Ao final, foi monitorada a percepção subjetiva da sessão (PSEsessão) e a percepção de dor. Foram coletadas amostras sanguíneas em repouso, ao final, no 3º, 5º e 7º minutos após o término da performance de corrida. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste Shapiro-Wilk, quando confirmada comparou-se as condições pela ANOVA de medidas repetidas seguida do post hoc de Bonferroni. A suposição de esfericidade foi verificada pelo teste de Mauchly e, quando violada, os graus de liberdade foram corrigidos utilizando o teste de Greenhouse-Geisser. Quando a normalidade dos dados não foi confirmada, a comparação entre as condições foi feita através do teste de Friedman, o nível de significância adotado foi de P < 0,05. O Tamanho de Efeito (TE) e a Mínima Mudança Detectável (MMD) foram calculados para as variáveis. Não foram encontradas diferenças significantes nas comparações entre as condições. No entanto, as análises do TE e MMD mostraram que a utilização de CER durante a performance de corrida de 10 km diminuiu o tempo total de performance (CER = 51,4 ± 3,8 min; PLA = 53,1 ± 5,0 min). A PSEsessão e a percepção de dor foram maiores na condição CER quando comparadas com as demais; isso pode ser justificado pelo maior nível de performance apresentado nessa condição. Além disso, é possível que a CER tenha auxiliado na recuperação muscular, reduzindo a percepção de dor em momentos em que esta variável não foi acompanhada (24-48h após). As análises do lactato sanguíneo mostraram que a condição CER permitiu maior remoção deste após o término da performance. Esses resultados sugerem que é possível que a CER tenha efeitos ergogênicos e de recuperação tecidual, porém o tempo de aplicação e utilização desta tecnologia deve ser maior para que maiores efeitos sejam observados.