Resumo

O objetivo do presente projeto foi testar se existem diferenças na magnitude das adaptações arquitetônicas e funcionais do músculo esquelético em mulheres jovens ao realizar um programa de treinamento resistido sem (N-VAR) e com variação (VAR) dos exercícios. Este estudo se trata de um ensaio clínico aleatorizado e controlado, cuja amostra foi composta por 70 mulheres jovens (18–35 anos) que foram aleatoriamente alocadas nos grupos sem (N-VAR, n = 38) ou com (VAR, n = 32) variação dos exercícios entre as sessões de treinamento resistido. Ambos os grupos foram submetidos a 10 semanas de treinamento para o corpo inteiro (quatro exercícios, duas séries/exercício, 8–15 repetições máximas, três sessões semanais). Os desfechos primários da presente investigação foram força máxima mensurada de diferentes formas (isoinercial, isocinética, isométrica) e espessura do tecido muscular em diferentes grupos musculares (coxa anterior, lateral e posterior, braço anterior e posterior) e comprimentos longitudinais (porção proximal, média, distal). Para comparar os efeitos das duas intervenções foi adotado o Generalized Estimating Equations (GEE) de dois fatores fixos [grupo (N-VAR versus VAR) e tempo (pré versus pós)] com medidas repetidas. Para as comparações entre as porções de um mesmo músculo também foi feita por meio do GEE com a porção (proximal, média, distal) como fator fixo. Não houve diferença significante entre os grupos para as medidas de espessura muscular (N-VAR: +4,6–16,3% vs. VAR: +7,6–17,6%). Entretanto, o N-VAR aumentou significantemente 13, das 14 medidas de espessura muscular, ao passo que o VAR aumentou todas as porções analisadas. No que diz respeito a força muscular medida a partir dos testes de 1RM, isocinético e isométrico, ambos os grupos aumentaram o desempenho (N-VAR: +6,1–36,3%; VAR: +9,7–33,6%), sem diferenças significantes entre eles. Portanto, embora não difiram em magnitude das respostas, a variação dos exercícios pode favorecer a hipertrofia em diferentes regiões de um mesmo grupamento muscular em mulheres jovens. No que concerne as adaptações cinéticas, ambas as rotinas—com e sem variação dos exercícios—são abordagens efetivas para induzir aumento de força muscular.

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