Efeito das Atividades Rítmicas nas Habilidades Motoras de Paciente Atáxico: Um Estudo de Caso
Por Bianca Marques de Almeida (Autor), Felipe Emanuel Batista Silva (Autor), Ana Paula Santos (Autor), José Rafael Madureira (Autor), Thais Peixoto Gaiad Machado (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 21, n 3, 2013. Da página 71 a 79
Resumo
Pacientes atáxicos apresentam uma disfunção de coordenação sobre a sequência de ativação muscular e disfunção na performance rítmica e movimentos alternados. O objetivo desse estudo foi investigar a influência das atividades rítmicas no desempenho motor e funcional de um paciente atáxico. M.A., sexo feminino, 57 anos participou de 18 sessões de atividades rítmicas, 3 vezes por semana por 40 minutos. A ataxia foi avaliada pela Escala de Avaliação e Classificação de Ataxia (SARA) e para avaliação rítmica foi utilizado o Teste do Padrão Rítmico (TPR), que avalia a execução de algumas habilidades motoras na presença de um ritmo sonoro. A terapia consistiu em atividades de coordenação motora associadas com atividades rítmicas. As atividades eram realizadas com auxilio de um metrônomo utilizando música de andamento lento e, em seguida, andamento rápido. As avaliações foram aplicadas antes e após a intervenção. Antes a após a intervenção a paciente obteve 12 pontos na SARA (0 - ausência de ataxia e 40 - ataxia grave), o que mostra uma manutenção dos sintomas relacionados à ataxia. Antes da intervenção, a paciente foi incapaz de realizar qualquer atividade do TPR de forma adequada, obtendo 0 pontos. Após a intervenção, oito das 10 atividades foram realizadas corretamente, pontuando 8. Melhoras nas habilidades motoras após a intervenção puderam ser adquiridas indiretamente, como o equilíbrio estático e dinâmico. Esta habilidade não foi diretamente treinada na terapia, porém a realização com sucesso das atividades salto skip, elevação alternada dos joelhos e deslocamento lateral do TPR, ao final da intervenção, demonstra uma melhora no quesito equilíbrio. A intervenção com as atividades rítmicas melhorou a capacidade de executar atividades relacionadas ao TPR enquanto trouxe uma abordagem lúdica e prazerosa ao tratamento embora não tenha exercido influência sobre as características motoras da ataxia avaliadas por SARA.