Resumo
A transição da menopausa leva à redução da densidade mineral óssea (DMO). O treinamento resistido tem sido estudado como uma intervenção não farmacológica para prevenir o declínio ósseo devido aos efeitos positivos sobre a DMO. No entanto, ainda há divergência sobre o efeito das variáveis do treinamento resistido (TR) sobre a DMO em mulheres na pós-menopausa (MPM). O entendimento dos efeitos das variáveis do TR pode auxiliar na elaboração de protocolos adequados para prevenir ou tratar a baixa DMO em MPM. Tendo como objetivo determinar o efeito (tamanho) do TR na DMO da coluna lombar, colo do fêmur e trocânter em MPM. O objetivo secundário foi identificar, por análise de subgrupo, as variáveis de TR relevantes para o efeito do TR sobre a DMO nas regiões de interesse. Foram realizadas pesquisas sistemáticas em dois bancos de dados eletrônicos, PUBMED e EMBASE. A qualidade dos estudos foi avaliada através da escala PEDro. Os tamanhos de efeito foram estimados em termos da diferença média padronizada (DMP). e análises de subgrupos foram conduzidas por variáveis de treinamento. Foram encontrados resultados com feito positivo do TR sobre a DMO da região do trocânter (DMP = 0,33, IC 95%: 0,10 – 0,56 e P = 0,005) e da coluna lombar (DMP = 0,30, IC95%: 0,05 – 0,55 e P = 0,017). Não houve efeito do TR para o colo do fêmur. Porém, houve elevada heterogeneidade para coluna lombar e colo do fêmur. De acordo com a análise de subgrupos, observou-se diferença na frequência de treinamento (Coluna lombar: DMP = -0,589 e P = 0,025; Colo do fêmur: DMP: -0,734 e P = 0,036), demonstrando maiores tamanhos de efeitos para a frequência de treinamento mais baixa (2 vezes, vs. 3 vezes). Para a coluna lombar, observou-se um efeito negativo do volume semanal medido em toneladas (DMP: -0,010 e P =0,05). Para o colo do fêmur, observou-se diferença no número de exercícios usados no treinamento (DMP: -0,607 e P = 0,029), demonstrando maiores tamanhos de efeitos para o menor número de exercícios (≤ 8 exercícios). Tendo como conclusão por meio desta revisão sistemática e meta-análise pode se constatar que um baixo efeito do TR sobre a DMO nas regiões do trocânter e coluna lombar, mas sem efeito sobre o colo do fêmur. Porém, a análise de subgrupos indicou que as variáveis do treinamento, como frequência, volume e número de exercícios, interferem nos efeitos do TR sobre a DMO do colo do fêmur e da coluna lombar. Assim, a quantidade de exercício deve ser considerada ao prescrever o TR com o objetivo de melhorar a DMO em MPM.