Efeito de 10 Semanas de Treinamento de Corrida na Cinética do Vo2 em Intensidade Correspondente Ao Ponto de Compensação Respiratória
Por D. A. Massini (Autor), R. A. C. Caritá (Autor), C. C. Greco (Autor), Benedito Sérgio Denadai (Autor).
Resumo
O Ponto de Compensação Respiratória (PCR) tem sido relatado como um parâmetro delimitador do domínio pesado, avaliado em um teste incremental máximo. No entanto, não há informações sobre o perfil de resposta do VO2 nessa intensidade, que expliquem as alterações fisiológicas associadas ao treinamento. O presente estudo comparou o efeito do treinamento sobre a cinética do VO2 em intensidade correspondente à PCR. Avaliouse 10 corredores jovens (15,5±1,5 anos, 1,7±0,1 metros e 54,9 ±11,5 kg peso corporal) em um teste progressivo até a exaustão em esteira (incrementos de 1,0 km×h-1 a cada minuto, partindo de 7,0 km×h-1), determinando-se LPG, PCR e VO2max, e intensidades correspondentes. Também foram realizadas duas transições repouso-exercício em PCR, por sete minutos para a análise da cinética do VO2, empregando o método dos resíduos de um ajuste exponencial de primeira ordem. Ambos os testes foram aplicados antes e após um período de 10 semanas de treinamento (volume médio = 24,9±5,2 km, sendo distribuído em 34,2±23,0%; 31,7±25,4%; e 34,2±19,5% pelas intensidades que caracterizam os domínios moderado (< limiar de lactato), pesado (entre o limiar de lactato e PCR) e severo (acima de PCR), respectivamente). O VO2 foi analisado respiração-a-respiração (QuarkPFTergo, Cosmed, Itália) em todos os testes. O teste t de Student pareado comparou a localização relativa, os parâmetros de amplitude e tempo da resposta do VO2 em PCR. Em todas as análises empregou-se p < 0,05. A partir das referências pré e pós do VO2max (55,4±5,2 vs. 55,9±4,3 ml×kg-1×min-1; p = 0,701) e iVO2max (16,2±1,6 vs. 16,3±1,8 km × h-1; p = 0,657), não se observou diferenças na resposta relativa durante a transição repousoexercício entre pré e pós-treinamento (84,4±7,9 vs. 85,5±4,1 %VO2max; p = 0,437). O VO2 ao final do exercício situou-se abaixo do seu valor máximo e não diferiu entre os momentos (92,2±3,8 vs. 90,7±4,8 %VO2max; p = 0,505). Foram encontradas diferenças nas constantes temporais do ajuste do VO2 ao início da transição (TD1: 6,1±1,5 vs.11,1±2,5s; p = 0,001 e 1: 19,7±4,5 vs. 15,0±2,1s; p = 0,004). Esses resultados corroboram a tendência de PCR em delimitar a máxima intensidade sem acúmulo de metabólitos, e que a interferência do treinamento neste ponto proporciona melhora na velocidade da ativação oxidativa e, possivelmente, na tolerância ao exercício no domínio pesado.