Efeito de 12 semanas de treinamento de força com oclusão vascular na quantidade de células satélites muscular em idosos: um estudo piloto
Por Felipe Cassaro Vechin (Autor), Cleiton Libardi (Autor), Miguel Conceição (Autor), Felipe Damas Nogueira (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O envelhecimento pode reduzir a área de secção transversa (AST) das fibras, bem como a quantidade de células satélites musculares (CS). O treinamento de força de baixa intensidade associado à restrição parcial do fluxo sanguíneo (TF-RFS) tem se mostrado eficiente para aumentar AST muscular em idosos, mas o efeito desse treino na AST das fibras e nas SC musculares ainda não é conhecido nessa população. OBJETIVO: Verificar os efeitos do TF-RFS na AST e na quantidade de SC musculares após 12 semanas de treinamento. MÉTODOS: Sete idosos saudáveis (65 ± 3.5 anos), fisicamente ativos, foram alocados nos grupo controle (GC; n = 2) ou grupo TF-RFS (n = 5). O grupo TF-RFS treinou duas vezes semanais, 12 semanas, a 20% de 1RM nas primeiras seis semanas, seguida de 30% de 1RM nas ultimas semanas no exercício Leg Press, composto por quatro séries (30x15x15x15 repetições). Um teste de força máxima dinâmica foi aplicado na metade treino para ajuste das cargas de treinamento. As biopsias musculares foram obtidas antes do treinamento e 48 horas após a última sessão de treino. Foram realizadas análises de imunofluorescência para acessar a AST das fibras e a quantidade de CS. RESULTADOS: Após 12 semanas o GC demonstrou uma redução de 06% e 07% nas AST das fibras tipo I e II respectivamente. Já o grupo TF-RFS apresentou uma redução de 25% na AST das fibras tipo I, contudo, um aumento de 13% na AST das fibras tipo II. Para quantidade de SC, o GC apresentou uma redução de 20%, enquanto o grupo TF-RFS teve um discreto aumento de 3%. DISCUSSÃO: A redução na AST das fibras bem como na quantidade de SC no CG se justifica uma vez que os sujeitos, fisicamente ativos, foram orientandos a não realizar exercício físico durante o estudo. Por outro lado, o TF-RFS se mostrou efetivo para aumentar a AST das fibras do tipo II com redução da AST das fibras tipo I. Esse resultado pode ter ocorrido devido a maior suscetibilidade das fibras tipo II à atrofia muscular, o que as tornam mais sensíveis aos efeitos do treinamento. A quantidade de CS aumentou discretamente, não sendo significativo após o treino, o que pode ser explicado pela análise dos tipos de fibras indistintamente para essa variável. Se apenas as fibras tipo II fossem analisadas, o aumento das SC poderia ter sido mais pronunciado. CONCLUSÃO: O TF-RFS parece mais efetivo em modular a AST das fibras tipo II, e uma avaliação fibra-dependente deve ser realizado para se observar os efeitos do treinamento na quantidade de CS.