Efeito de 12 Semanas de Treinamento Físico no Teste de Caminhada de 6 Minutos de Pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Por E. C. Kraemer (Autor), O. S. Tairova (Autor), D. Busin (Autor), K. G. Finger (Autor), J. J. Souza (Autor), I. Z. Souza (Autor), M. C. Santos (Autor).
Resumo
O teste da caminhada de seis minutos (TC6) tem sido preconizado e utilizado na avaliação de resultados de programas de reabilitação pulmonar. É um teste simples e facilmente realizado e são adequados aos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) pois estes apresentam baixa tolerância ao exercício físico. De acordo com essas informações, o objetivo deste estudo foi analisar os efeitos de 12 semanas de treinamento físico na distância percorrida e na saturação de oxigênio (SPO2) de 89 pacientes com DPOC com média de idade de 65±10 anos, sendo 39 do sexo feminino com idade de 62±11 anos e 50 do sexo masculino com idade de 67±9 anos. Analisou-se os dados do TC6 através de prontuários de pacientes que participaram e concluíram um programa de reabilitação pulmonar (PRP) no Instituto de Medicina do Esporte da Universidade de Caxias do Sul (IME-UCS) no período de 2004 até 2011. O PRP teve duração de 12 semanas, sendo 3 sessões semanais, composto por exercícios aeróbicos utilizandose 60% da FC reserva e treinamento de força através do método linear. Os dados analisados foram distância percorrida pré e pós PRP e saturação de oxigênio (SPO2) inicial e final pré e pós PRP. O TC6 foi realizado em pista de 26m, com estímulo verbal aos 2 e 5 minutos, com discreto acompanhamento por parte do avaliador para eventual necessidade de auxílio. A análise estatística foi através do software GraphPad Instat e realizou-se teste T de Student com nível de significância de p<0,05, além da média e desvio padrão de todas as variáveis analisadas. Os resultados demonstraram que houve melhora estatisticamente significativa (p<0,001) na distância percorrida pós treinamento, sendo 365±82m pré PRP e 422±78m pós PRP e a diferença de metros foi de 57±36m; pacientes dos sexo masculino houve melhora estatisticamente significativa (p<0,001) na distância pós PRP, sendo 350±81m pré PRP e 410±75m pós PRP e a diferença foi de 60±40m; pacientes do sexo feminino novamente houve melhora estatisticamente significativa (P<0,001) na distância percorrida pós PRP, sendo 385±80m pré PRP e 437±79m pós PRP com diferença de 52±30m. Em relação a SPO2 inicial pré e pós PRP também mostraram diferença estatisticamente significativa (p<0,001), sendo 93±3% pré PRP e 94±3% pós PRP. Alguns autores sugerem que os principais fatores do aumento de rendimento no TC6 são o estímulo verbal e a forma de acompanhamento do paciente durante o teste. Em nosso trabalho, entretanto, observamos diferença importante (p<0,0001) entre o 1º TC6 e o 2º TC6 utilizando estímulo verbal idêntico e com discreto acompanhamento. Concluímos que o PRP de 12 semanas foi benéfico para a população estudada, uma vez que houve melhora significativa na distância percorrida, provavelmente pela melhora da força de membros inferiores e capacidade cardiorrespiratória e melhora na SPO2 de um teste para outro.