Resumo

O câncer (CA) vem acometendo cada vez mais pessoas ao redor do mundo. Dentre os diferentes tipos de canceres, o CA de mama é o que possui maior incidência a nível mundial, principalmente acima dos 50 anos de idade. Segundo o Instituto nacional do câncer (INCA), o número estimado de casos novos de CA de mama no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 casos. Uma das causas mais evidenciadas na literatura para o surgimento do CA são os maus hábitos de vida, tendo como um dos principais fatores o sedentarismo e a obesidade. Por outro lado, a prática regular do exercício físico (EF) tem demonstrado melhora na saúde geral e redução na mortalidade do indivíduo acometido pelo CA. Porém pouco se sabe sobre a dose/ benefício, ou seja, quanto tempo de prática é necessário para observar este benefício, bem como se esta proteção aumenta com o maior tempo de prática do EF. Assim o objetivo do presente estudo foi analisar o efeito de 36 semanas do TR sobre parâmetros indiretamente relacionados à mortalidade em pacientes com CA de mama. Para tanto foram selecionadas 16 mulheres (48.4±8 anos) diagnosticadas com CA de mama, integrantes da Maple Tree Cancer Alliance Brasil. Todas as participantes realizaram o treinamento resistido (TR) por 36 semanas, sendo avaliadas pré e a cada 3 meses de treinamento com o teste de capacidade funcional Timed Up and Go (TUG). Como principal resultado encontramos que o TUG apresentou redução significativa após os primeiras 12 semanas de TR, e significância ainda maior ao final da 36ª semana. Assim, concluímos que a prática de 12 semanas do TR resultou em melhora significativa, aguda e crônica, da capacidade funcional da amostra, e estando o TUG relacionado à menor mortalidade por qualquer causa em mulheres com CA de mama incentivamos a recomendação do TR desde a fase inicial do programa de reabilitação oncológica.