Resumo

O presente trabalho tem por objetivo analisar como a manipulação da densidade do treinamento de potência interfere na performance laboral (testes físicos realizados com uniforme de educação física militar – UEFM e uniforme operacional e equipamento de rotina -FARDA), na força máxima, na agilidade, na resistência e na própria potência, bem como avaliar as alterações da atividade eletromiográfica, metabólicas e antropométricas em policiais de elite. Sabe-se que a densidade do treinamento de potência pode ser um fator de otimização das capacidades motoras, o que pode representar melhor desempenho em ocorrências policiais de alto risco. O estudo teve duração de 10 semanas, usando uma amostra de 14 policiais militares de elite (tempo de serviço = 15,36 ± 6,36 anos). Os militares foram selecionados por conveniência e a alocação em dois grupos foi de forma aleatória. O Grupo de alta densidade (Grupo AD; n=07; 38,29 ± 6,27 anos) realizou 12 (doze) séries de 03 (três) repetições com um intervalo de descanso de 27 (vinte e sete) segundos entre as séries (12x3:27s; densidade=0,12) e o Grupo de baixa densidade (Grupo BD; n=07; 38,29 ± 7,48 anos) que realizou 6 (seis) séries de 06 (seis) repetições com um intervalo de 180 (cento e oitenta) segundos entre as séries (6x6:180s; densidade=0,04). Os dois grupos realizaram 8 semanas de treinamento de potência, além das atividades regulares desempenhadas pela Companhia, que envolvem toda a instrução, treinamento e trabalho de rotina que policiais são normalmente submetidos. A anova para medidas repetidas revelou que no pós treinamento (p  0,05, o Grupo AD foi superior ao Grupo BD na produção de potência média (nas condições UEFM e FARDA), na produção de potência pico (na condição UEFM) para o exercício agachamento, na resistência de força, na redução do pico de torque, e na taxa de desenvolvimento de torque para a extensão isométrica de joelho. Não houve diferença significante no teste de agilidade quanto à disposição do coldre (FARDA com coldre na cintura e FARDA com coldre femoral), mas o uso da FARDA comprometeu a agilidade dos voluntários em relação ao UEFM. Os resultados demonstraram que os protocolos de alta densidade proporcionam maiores benefícios para policiais de elite. Concluiu-se que o protocolo AD mostrou-se mais produtivo em termos de performance física, além de poder ser executado em menor tempo, o que permite que sua melhor adequação à rotina de trabalho dos policiais.

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