Efeito de Diferentes Estratégias de Treinamento com o Uso de Coletes à Carga Interna em Atletas de Voleibol
Por Carlos Gilberto de Freitas Junior (Autor), Leonardo de Sousa Fortes (Autor), Tony Meireles dos Santos (Autor), Gilmário Ricarte Batista (Autor), Pedro Pinheiro Paes (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 21, 2019.
Resumo
O objetivo deste estudo foi comparar a carga interna proveniente de diferentes estratégias de treinamento em atletas de voleibol e a planejada pelo técnico. Dezessete atletas do sexo masculino (22,8 ± 2,9 anos), nível universitário nacional, participaram de um período de treinamento e foram randomizados em três grupos: treinamento pliométrico com colete (PVG), treinamento técnico-tático com colete (TVG) e grupo controle (CG). Os coletes foram iguais a 7,5% de massa corporal (OM) e todos os grupos participaram das mesmas rotinas de treinamento. Seis semanas de treinamento foram monitoradas a partir do método de classificações de esforço percebido (Session-RPE). Antes das sessões, o treinador classificava a estimativa do RPE da sessão com base no planejamento previamente preparado e, após as sessões, o RPE da sessão de cada atleta foi registrado para analisar a carga semanal total de treinamento acumulada (TWTL cumulativo). A ANOVA unidirecional foi usada para comparar o TWTL cumulativo entre os grupos e para comparar o EPR da sessão dos grupos em cada sessão com o previsto pelo treinador. Não foi observada diferença no TWTL cumulativo entre os grupos (p˃0,05) e somente na sessão 21, o EPR da sessão do GC foi superior ao previsto pelo treinador (p0,05). Concluiu-se que o uso de coletes salva-vidas (7,5% de BM) não alterou as respostas de treinamento nos atletas do estudo, estando o Session-RPE alinhado com a carga planejada pelo treinador.
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