Resumo

intervalo de recuperação entre estímulos é uma importante variável no controle da intensidade do esforço em circuitos de high-intensity interval training (HIIT). Apesar desta variável ser bem pesquisada no treinamento intervalado, a literatura é carente de estudos que investigaram as respostas fisiológicas e afetivas em sessões de HIIT com exercícios contra resistência. Levando em conta a especificidade das sessões de HIIT desta natureza, o conhecimento da aplicação de diferentes estratégias de intervalos de recuperação entre estímulos pode ser útil no monitoramento das sessões de exercício. Objetivo: analisar as respostas cardiorrespiratórias e de afeto, provenientes de sessões de HIIT com exercícios contra resistência, aplicadas com intervalos entre estímulos fixo e auto selecionado, em indivíduos jovens treinados na realização de atividades mistas. Métodos: a amostra foi composta por 16 homens treinados (27,1 ± 3,9 anos) e os dados foram coletados em quatro visitas ao laboratório, com intervalo de 48 a 72 horas entre cada visita. A primeira visita foi destinada a exame clínico, anamnese e teste cardiopulmonar de exercício. Na segunda visita os sujeitos realizaram a familiarização com circuito de HIIT utilizado no experimento. Na terceira e quarta visitas, em ordem contrabalanceada, os sujeitos realizaram circuitos HIIT, compostos pelos seguintes exercícios e sequências: 1) Thruster; 2) Swing; 3) Snatch Unilateral 4) Mountain Climber. Foram executadas quatro passagens de estímulos all-out de 20 s em cada exercício, com diferentes intervalos de recuperação entre estímulos, a saber: 10 s e auto selecionado. Para comparar as respostas de consumo de oxigênio, frequência cardíaca, bem como as respostas de afeto, nas sessões de HIIT, foi utilizada a ANOVA de dupla entrada com medidas repetidas no segundo fator. Para comparar as respostas de divertimento após exercício nas sessões, foi utilizado o teste t de student pareado, assim como para o dispêndio energético das sessões. Em todos os tratamentos, foi adotado um nível de significância de p < 0,05. Resultados: ao comparar cada round entre as duas sessões, não foi detectada diferença significativa nos valores médios de FC, e VO2, FS e FAS. Já em relação ao dispêndio energético nas diferentes sessões, foi detectada diferença (p = 0,002) de maior gasto a favor do intervalo auto selecionado. O mesmo ocorreu com as respostas de divertimento, que exibiram maiores valores para o intervalo auto selecionado, quando comparado ao intervalo fixo (p = 0,001). Conclusão: intervalos AS acarretam as mesmas respostas de FC e VO2 em comparação ao intervalo fixo no circuito HIIT, o mesmo não ocorrendo com o gasto calórico. Em relação às respostas afetivas, o intervalo auto selecionado proporcionou maior divertimento após as sessões. Intervalos auto selecionados parecem ser efetivos para o controle da intensidade do exercício em sessões de HIIT, e podem ser utilizados pela sua praticidade de aplicação em indivíduos treinados.

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