Resumo


Introdução: O Exercício Intermitente de Alta intensidade parece ser uma opção eficiente contra alguns fatores apontados como barreiras para a prática de exercício físico, como a falta de tempo. Diante do aumento na prática do mesmo e das diferentes variações que este tipo de exercício propõe é importante investigar as respostas do prazer percebido em diferentes protocolos de EIAI, pois apesar de ter se tornado uma alternativa eficaz em importantes aspectos, possui natureza extenuante e pode não se tornar uma escolha se não for percebido como agradável. Objetivo: Comparar os níveis de prazer percebido em diferentes protocolos do EIAI e do exercício contínuo moderado e verificar a associação entre o prazer percebido e a intenção de realizar os exercícios novamente. Método: Tratou-se de um estudo experimental controlado, 42 adultos saudáveis foram submetidos a 5 sessões de exercício em cicloergômetro com ordem aleatória, sendo 4 protocolos de EIAI (EIAI30:30 - 20x 30s de esforço e 30s de recuperação; EIAI30:60 - 20x 30s de esforço e 60s de recuperação; EIAI30:15 - 20x 30s de esforço e 15s de recuperação e o EIAI60:60 - 10x 60s de esforço e 60s de recuperação) e um protocolo de 30 min de exercício contínuo moderado (CONT) com intensidade de 50% da PAM. O esforço percebido durante o exercício foi medido pela Escala de Percepção de Esforço (CR-10) e o prazer percebido pela Escala de Prazer no Exercício (EES). Após 20 minutos do término foi utilizada a Escala de Prazer na Atividade Física (PACES). Ao final foram investigadas a preferência e a intenção em realizar os protocolos. Para análise estatística dos dados utilizou-se o método de Equações de Estimativas Generalizada (GEE) com distribuição Gamma. Foi considerado nível de significância a 5% em todas as análises e o programa utilizado foi o SPSS/IBM versão 23.0. Resultados: Foram avaliados 42 sujeitos (19 homens e 23 mulheres) com idade média de 28 ±7 anos, sendo 26 fisicamente ativos e 16 insuficientemente ativos. Em relação ao prazer percebido durante o exercício a EES demonstrou diferença significativa entre os protocolos, onde EIAI30:30 e EIAI30:60 apresentaram valores médios superiores a EIAI30:15 (p<0,01) e a EIAI60:60 (p<0,01). A PACES encontrou diferença significativa em relação aos protocolos e EIAI30:30 mostrou ser mais prazeroso quando comparado aos protocolos EIAI30:15 (p=0,008), EIAI60:60 (p<0,001) e CONT (p=0,005). EIAI60:60 parece ser o menos prazeroso quando comparado aos demais protocolos intermitentes (p<0,05). Existiu associação positiva entre o prazer e a intenção de realizar novamente o protocolo, principalmente nos indivíduos ativos. Os ativos preferiram os protocolos intermitentes quando comparado ao protocolo contínuo. Conclusão: O presente estudo mostrou diferentes percepções de prazer entre indivíduos ativos e sedentários. No EIAI, protocolos com tempo de esforço longo foram considerados desprazerosos para ambos os grupos. Em relação a recuperação, protocolos com tempo de recuperação igual ou superior (1:1 e 1:2) ao tempo de esforço parecem ser mais prazerosos para indivíduos sedentários, enquanto para ativos o prazer foi maior nos protocolos de relação esforço:pausa (1:1)
 

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