Resumo

Introdução: O processo de envelhecimento está associado as modificações deletérias em componentes da composição corporal (aumento da gordura corporal, redução da massa muscular e densidade mineral óssea) e redução da força muscular. A combinação de todas essas mudanças tem recebido a denominação de síndrome da obesidade dinaosteosarcopenica, um fenômeno que guarda estreita relação com risco à saúde e redução da qualidade de vida. Por outro lado, a prática regular de treinamento com pesos (TP) pode atenuar e/ou reverter esse quadro. Objetivo: Analisar o efeito de dois anos de TP sobre fatores de risco de síndrome da obesidade dinaosteosarcopenica em mulheres idosas. Métodos: Sessenta e uma mulheres idosas (70,8 ± 5,9 anos; 27,8 ± 4,9 kg/m2) e fisicamente independentes foram acompanhadas por dois anos com a prática supervisionada de TP progressivo. O programa de TP composto por oito exercícios para os diferentes grupamentos musculares (tronco, membros superiores e inferiores) foi padronizado, com reestruturação periódica das principais variáveis de treino (frequência, séries, repetições, ordem de execução dos exercícios e sistemas de treinamento) ao longo do período experimental. Todas as participantes foram avaliadas nos momentos pré treinamento, ao final de um e dois anos de TP. A composição corporal foi determinada por densitometria radiológica de dupla energia (DXA), ao passo que a força muscular foi estimada por testes de 1-RM nos exercícios supino vertical, cadeira extensora e rosca scott. A modificação de cada variável foi padronizada pelo escore-Z (= valor observado - média da amostra / desvio padrão da amostra). O somatório do escore-z de força muscular, massa muscular, gordura corporal e densidade mineral óssea foi utilizado para fazer comparações entre os momentos. Resultados: A Figura abaixo apresenta o escore-Z dos fatores de risco para síndrome da obesidade dinaosteosarcopenica, nos momentos pré treinamento (M1) e ao final de um (M2) e dois anos (M3) de prática de TP. Conclusão: Os resultados sugerem que a prática do TP por períodos prolongados de tempo parece ser uma estratégia efetiva para reduzir o risco de desenvolvimento de síndrome da obesidade dinaosteosarcopenia, em mulheres idosas.

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