Efeito de Exercícios Físicos e de Lazer Sobre os Níveis de Cortisol Plasmático em Pacientes com Aids
Por Aurea Regina Telles Pupulin (Autor), Patrícia Herold (Autor), Mariana Augusto Monteiro (Autor), Jayder Lucas Hotts Romancini (Autor), Giuliano Gomes de Assis Pimentel (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciências do Esporte v. 38, n 4, 2016.
Resumo
O advento dos antiretrovirais para o tratamento dos indivíduos com Aids proporcionou aumento no tempo de sobrevida, porém o paciente, apesar de apresentar-se muitas vezes assintomático, pode apresentar importantes transtornos na esfera psicossocial, dentre eles o enfraquecimento das relações sociais, as quais se perdem com a descoberta da contaminação. A prática regular de exercícios físicos pode ser uma estratégia interessante de combate a problemas psicológicos associados à infecção pelo HIV. Indivíduos engajados em um programa de treinamento físico podem apresentar melhoria do bem-estar, elevação da autoestima e diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade, que proporcionam maior interação social. Pacientes infectados com o HIV geralmente têm maior cortisol basal sérico e alguns estudos apontam que altos níveis de cortisol podem comprometer a função do sistema imune e atuar como aceleradores da progressão viral e do desenvolvimento da Aids. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de exercícios físicos e de lazer sobre os níveis de cortisol plasmático em pacientes com Aids. Pacientes selecionados foram divididos em dois grupos: Grupo I participou de atividades de exercício físico e Grupo II participou de atividades de lazer, ambos por 16 semanas. A avaliação consistiu da dosagem do cortisol plasmático antes do início das atividades e após 16 semanas: 57% dos pacientes apresentaram melhoria nos níveis do cortisol plasmático após o programa aplicado. Este trabalho sugere que o exercício físico e o lazer induzem uma melhoria fisiológica da resposta do cortisol em pacientes com Aids.