Resumo

A avaliação da impedância bioelétrica localizada (L-BIA) em músculos ou grupos musculares específicos em programas de treinamento resistidos com a finalidade de se verificar a intensidade do treinamento vem sendo sugerida já há algum tempo, especialmente com a análise da variável reatância (Xc), tendo em vista o fato de ela estar diretamente associada à integridade de membrana celular. Entretanto, estudos que comprovem a validade do método ainda são necessários, e uma das propostas de se verificar os efeitos agudos de uma sessão de treino sobre um determinado grupo muscular de um membro (superior ou inferior) é utilizar o membro não ativo como controle. OBJETIVO: Analisar o efeito de sessão de treino de extensão de joelho sobre a variável reatância dos membros inferiores ativos e não ativos na execução do movimento. MÉTODOS: Quinze jovens adultos universitários (24,4 ± 3,7 anos) foram submetidos à sessão de treino de extensão de joelho direito (5 séries até a fadiga com 80% de 1RM), com avaliação de L-BIA (equipamento tetrapolar com frequência de 50kHz) nas coxas direita e esquerda, nos momentos pré-teste e 15 minutos pós-teste. Eletrodos foram posicionados na borda superior da patela e na linha inguinal das coxas direita e esquerda. Valores de Xc foram obtidos nas duas coxas antes e depois da execução do exercício (apenas com a coxa direita). A variação percentual entre os valores nos momentos 15 minutos e pré-teste foi calculado para ambas as avaliações das coxas, e teste t pareado foi realizado, com nível de significância estabelecido em 5%. RESULTADOS: Os valores médios de Xc nos momentos pré e pós para a coxa direita (ativa) e esquerda (não ativa) foram, respectivamente (valores expressos em ohms): 9,20±3,97 e 6,27±1,58; 9,47±1,84 e 10,73±2,21. A variação percentual da Xc para a coxa ativa foi de -60,41% ± 94,75%, significantemente maior (p<0,05) à variação percentual da Xc da coxa não ativa (+13,40%). CONCLUSÃO: Uma sessão de extensão de joelho a 80% de 1RM proporcionou maior alteração na variável reatância da coxa ativa no exercício, com redução significante comparada à coxa não ativa, indicando provável danos às membranas das células musculares ativadas.

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