Resumo

O %1RM é frequentemente utilizado no controle da intensidade dos exercícios resistidos, porém, quando se pode optar pela escolha da intensidade, o exercício se torna uma experiência mais prazerosa. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar o efeito de um programa de exercícios resistidos realizados em intensidade autosselecionada e imposta sobre as respostas perceptuais e afetivas, e carga levantada em adolescentes não treinados. Métodos: Participaram 52 adolescentes do sexo masculino, na faixa etária de 13-17 anos, divididos em 3 grupos (AS, IMP e CONT). Inicialmente, realizaram avaliação antropométrica, do nível de atividade física, do Pico de Velocidade do Crescimento (PVC) e do estado nutricional. E, familiarização com as escalas, exercícios, teste de 1RM e autosseleção da intensidade. Após a familiarização, foi realizado o teste de 1RM, que foi repetido a cada 4 semanas. Na sequência, a intensidade AS e IMP foram submetidos ao programa de 12 semanas, 3 x 10 repetições, no supino reto, extensora de pernas, puxada alta, flexora de pernas, rosca direta, leg-press 45º, tríceps pulley e abdominal no solo. O grupo AS utilizou a autosseleção da intensidade e o grupo IMP (70% 1RM). Foram realizadas avaliações (pré, 2ª, 4ª, 6ª, 8ª, 10ª e 12ª semanas) no supino reto, extensora de pernas, puxada alta e flexora de pernas, 3 x 10 repetições. Foram aferidas a Percepção Subjetiva do Esforço (PSE), Escala de Sensação (ES) e a carga levantada após cada série. Na estatística, foi empregada: ANOVA one way para verificar diferenças na maturação, ANOVA de medidas repetidas (AS, IMP, CONT) 3 x 2 (pré e pós programa) para verificar alterações no estado nutricional, ANOVA de medidas repetidas (AS, IMP, CONT) 3 x 7 (pré, 2ª, 4ª, 6ª, 8ª, 10ª e 12ª semana) para verificar alterações na PSE, Escala de Sensação e carga levantada. Resultados: Não ocorreram diferenças entre os grupos no PVC e estado nutricional pré e pós (p > 0,05). A intensidade AS proporcionou menores níveis de PSE na maioria das aferições nos 4 exercícios em comparação com IMP (p < 0,05). As respostas da ES foram significativamente mais positivas na intensidade AS em comparação com a intensidade IMP no supino reto, puxada alta, flexora de pernas na maior parte das aferições (p < 0,05), na extensora de pernas foram mais positivas na intensidade AS na 10ª e 12ª semana (p < 0,01). Conclusões: A carga levantada pela intensidade AS foram menores em comparação a IMP (p < 0,05), mas, a intensidade AS foi capaz de melhorar a força muscular durante o programa, e os %1RM autosselecionados atingiram os valores recomendados.