Resumo

Resumo: Estudos de intervenção que estimulem a prática de atividade física (AF) em crianças e adolescentes por meio da mudança de comportamento para AF são extremamente relevantes, pois o aumento da AF é uma medida tanto para a prevenção de doenças como para a promoção da saúde. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a efetividade de uma intervenção embasada no Modelo Transteórico (MT) levando em conta a mudança de comportamento para a prática de AF de jovens escolares. A amostra foi composta por 534 jovens, divididos em grupo intervenção (n=188) e grupo controle (n=346), com idade entre 10 a 13 anos, matriculados no ensino fundamental da rede pública de ensino da cidade de Cornélio Procópio - Paraná. Para as coletas de dados foram utilizados instrumentos que fazem parte do MT: os estágios de mudança de comportamento (EMC) e os marcadores de mudança (autoeficácia e balanço decisional), além do questionário para avaliar a prática de AF (Baecke). O estudo foi dividido em três fases, sendo qu na primeira ocorreu a aplicação do TCLE e coleta de dados (M1); a segunda foi composta pela aplicação da intervenção (somente para o GI) e na última fase foi realizada a segunda coleta de dados (M2) do estudo. A intervenção foi composta por 12 sessões, com duração de aproximadamente 30 minutos cada, por meio de aulas teóricas, com incentivos a prática de AF, enfocando no MT para AF. Para a análise de dados foi utilizado teste de concordância Kappa de Fleiss, visando avaliar as mudanças entre os estágios, Qui-Quadrado para as frequências relativas dos EMC, ANOVA de dois (tempo x grupo) e ANOVA de três (tempo x grupo x sexo) fatores, bem como teste post-hoc de Bonferroni para comparações múltiplas, (p<0,05). O efeito da intervenção foi positivo para o EMC e, de modo geral, houve aumento na progressão para os estágios mais ativos (Ação e Manutenção); em relação ao sexo, ambos apresentaram melhoras porém, os meninos demonstram maior propensão para estágios mais ativos. Para os marcadores de mudança, tanto a autoeficácia (p<0,001) como o balanço decisional (p<0,001) apresentaram resultados significativos, entretanto, somente o sexo masculino apresentou melhoras significativas para ambos instrumentos (autoeficácia – p<0,00 e balanço decisional – p<0,00). Para a prática habitual de AF também houve efeito significativo, tanto de maneira geral como entre os sexos (masculino – p=0,001 e feminino – p=0,031). Contudo, quanto às sessões do Baecke (AFO, AFE e AFL) o sexo masculino apresentou significância para duas sessões (AFO – p=0,036, AFL – p=0,004), enquanto o sexo feminino em uma sessão (AFL – p=0,035). É possível concluir que a intervenção embasada no MT para AF por meio de uma metodologia com estratégias teóricas sobre AF e saúde é efetiva na melhoria da mudança de comportamento, autoeficácia, balanço decisional e níveis de AF em jovens.

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