Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da associação entre ácido hialurônico carboximetilcelulose (HA-CMC) e ácido alfa lipóico (AL), bem como da associação de ambos, sobre a regeneração nervosa e recuperação funcional após autoenxerto de nervo em ratos. Trinta ratos Wistar (179.88 ± 23,92 g) foram divididos em 5 grupos (n=6), Controle (C), Lesão (L), Lesão + Ácido Lipóico (LL), Lesão + Ácido Hialurônico (LH), Lesão + Ácido Lipóico + Ácido Hialurônico (LLH). Após anestesia (cloridrato de cetamina – 1,16 g/10mL e cloridrato de xilazina – 2 g/100 mL, proporção 3:2, dose = 0,09 mL/100g e 0,06 mL/100g massa corporal, respectivamente), o nervo isquiático esquerdo foi seccionado nos grupos L, LL, LH e LLH, sendo retirado um segmento de 8 mm, que foi invertido a 180º e reconectado por 2 pontos de sutura epineural em cada extremidade. Aos grupos LH e LLH, foi administrado 0,2 mL de uma solução de HA-CMC ao redor do nervo submetido a autoenxerto de nervo. Aos animais dos grupos LL e LLH foi administrada uma solução de ácido α-Lipóico, por via orogástrica, em concentração de 100 mg/kg, após 24 horas da lesão (7 x/semana, 8 semanas). Realizou-se o registro da marcha (pré-operatório, 7º, 14º, 21º, 28º, 35º, 42º, 49º, 56º dias de pós-operatório (PO). O nervo isquiático de todos os animais foi processado para análise morfométrica e quantitativa (INSTAT, version 3). Para a analise morfométrica e funcional foram utilizados os testes ANOVA One - Way seguido do teste de Tukey HSD. Considerou-se p≤0,05. A massa do músculo sóleo em todos os grupos lesados foi menor que no controle (p<0,05). Em todos os grupos lesados o IFC estava próximo de -100 a partir do 7º PO em relação ao pré-operatório (p<0,05), não tendo sido recuperados os valores de normalidade até o 56º dia PO. Todos os grupos lesados apresentaram densidade de área de tecido conjuntivo maior comparado ao grupo controle (p<0,05), não havendo diferença significativa entre os diferentes tratamentos (p>0,05). O número de axônios foi maior nos grupos LH e LLH em relação ao controle (p<0,05). O diâmetro dos axônios, diâmetro das fibras nervosas e espessura das bainhas de mielina foram menores nos grupos lesados em comparação aos achados no grupo controle (p<0,05), não havendo diferença entre os grupos submetidos à lesão (p>0,05). A razão G estava dentro dos valores de normalidade em todos os grupos. Conclui-se que a administração de HA-CMC ou de AL após autoenxerto de nervo em ratos, assim como a associação de ambos tratamentos, não favoreceu a regeneração nervosa e recuperação funcional, sendo este processo extremamente complexo em lesões nervosas graves que exigem autoenxertos.

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