Resumo

O objetivo deste estudo foi determinar o efeito agudo do autoinforme  motivacional no desempenho de endurance, nas respostas psicológicas e psicofísica em indivíduos fadigados cognitivamente. A pesquisa contou com 12 participantes do sexo masculino (23,36 ± 4,05 anos; 74,2 ± 9,9 kg; 175 ± 7,72 cm; 41,3 ± 3,61 ml/kg/min), que realizaram sete visitas ao laboratório. Os testes físicos foram realizados com bicicleta de ciclismo (Giant, Aluxx 6061, Taichung, Taiwan Rolo) em rolo (CompuTrainer Pro, RacerMate, Seattle, WA, USA). Nas primeiras visitas foram realizadas as medidas antropométricas, determinação do pico de potência e a familiarização com o teste até a exaustão. As visitas da condição controle e condição fadiga mental foram contrabalanceados para realização do teste até a exaustão, sendo que ao final destas visitas todos os participantes receberam instruções sobre o autoinforme motivacional (AI-M). Após a familiarização com o autoinforme motivacional, que ocorreu em visita específica, houve a visita da condição fadiga mental + AI-M. O desempenho da condição fadiga mental + AI-M foi comparado com o desempenho das condições controle e fadiga mental. Antes e após a indução de fadiga mental foi utilizada a Escala Visual Analógica para fadiga subjetiva e o estado de motivação. Durante o teste até a exaustão foram coletadas a percepção de esforço e o afeto, e após o teste até a exaustão foi realizado questionário da carga global de trabalho. Os resultados demonstram que o autoinforme motivacional foi capaz de recuperar o desempenho de endurance para valores similares a situação controle, evitando a redução de 23,6% no desempenho causado pela fadiga mental. Isso foi possível através de uma mesma percepção de esforço, porém com aumento do engajamento na tarefa física na condição fadiga mental + AI-M. Além disso, foram encontrados aumentos da fadiga reportada e da carga global de trabalho nas condições fadiga mental e fadiga mental + AI-M, tendo diferença significativa para subescala exigência mental apenas na condição fadiga mental. Para motivação e escala de prazer e desprazer foi encontrado apenas efeito do tempo. Este estudo demonstra que em situações desfavoráveis, envolvendo aumento da exigência mental, o autoinforme motivacional pode ser utilizado de forma aguda, alterando as condições psicológicas e psicofísicas, para melhorar o desempenho. Além disso, demonstra a importância da psicologia do esporte na compreensão de modelos teóricos envolvidos no desempenho de endurance, incentivando que mais estudos busquem a inter-relação entre as áreas da psicologia e da fisiologia.


 

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