Resumo

Introdução: A Artroplastia total de quadril (ATQ) e joelho (ATJ) tem bons resultados na melhora do quadro álgico, rigidez, função e qualidade de vida, porém, dados da literatura mostram que os pacientes apresentam desempenho funcional inferior e maior risco de quedas quando comparados com grupo controle (GC) pareado pela idade. Os poucos estudos que avaliaram os benefícios do treino de equilíbrio no programa de reabilitação após ATQ e ATJ encontraram melhores resultados quando comparados com exercícios convencionais. No entanto, as amostras foram restritas a seis meses de pós-operatório (PO) e as intervenções foram individuais. O Circuito de Equilíbrio (CE) é uma intervenção para treino de equilíbrio, realizado em grupo, com bons resultados observados em idosas saudáveis. Objetivo: Avaliar a melhora no equilíbrio, estático e funcional, no risco de quedas, na autoeficácia em relação as quedas e no desempenho funcional, após o CE, em pacientes com mais de um ano de PO de ATQ ou ATJ e comparar com GC. Métodos: Pacientes submetidos a ATQ ou ATJ, no Hospital Sarah Brasília, entre 2009 e 2013 foram convidados a participar da pesquisa. Os participantes foram randomizados entre grupo intervenção (GI) e GC. O GI participou do CE por 12 semanas e o GC seguiu a rotina usual. Ambos foram avaliados, antes e após o período do CE, por examinadores cegos, com a Escala de Equilíbrio Funcional de Berg (EEFB), o Teste do Timed Up and Go (TUG), o equilíbrio estático na plataforma de força, o QuickScreen e os três testes de desempenho que o compõe (Teste do semitandem, Teste do degrau e Teste do sentar e levantar) e o Falls Efficacy Scale – International (FES-I). Foram realizadas análises por intenção-de-tratar e por-protocolo. Nas análises intragrupos foi utilizado o Teste t para amostra em pares. Nas análises intergrupos foi utilizado o Teste t para amostras independentes. Resultados: 69 participantes foram randomizados em GI (n=35) e GC (n=34) sendo que houve 4 perdas em cada grupo ao longo do estudo. Na análise intragrupos, por intenção-de-tratar, foram observadas diferenças estatísticas no GI para a EEFB (p=0,007), TUG (p=0,02), QuickScreen (p=0,005), Teste do Degrau (p=0,001) e Teste do Sentar e Levantar (p=0,001). Tanto o GI (p=0,019) quanto o GC (p=0,028) apresentaram melhora no Teste do Semitandem. Na análise por-protocolo, quando nove pacientes foram eliminados por terem comparecido a menos de 75% das sessões do CE, foram observadas diferenças estatísticas no GI na EEFB (p=0,011), TUG (p=0,016), FES-I (p=0,014), Teste do Degrau (p=0,000) e Teste do Sentar e Levantar (p=0,001). Não foram observadas diferenças na análise intergrupos e na plataforma de força. Conclusão: o CE promove benefícios no equilíbrio, risco de quedas e desempenho funcional em pacientes com mais de um ano de ATQ ou ATJ, mas não o suficiente para diferencia-los no GC.

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