Efeito do consumo de tereré sobre parâmetros metabólicos de corredores durante corrida estável
Por Carolina Rocha Diniz (Autor), Raphael De Jesus Brittes (Autor), Christianne De Faria Coelho Ravagnani (Autor), Adriano Cañete Avalos (Autor), Raquel Medeiros Kaizer Rossignoli Barizon (Autor), Pedro Soares Junqueira (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
O tereré é uma bebida típica à base de Erva Mate (EM) (Ilex Paraguariensis) com água gelada/gelo, eleita Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO. A EM possui compostos ergogênicos como a cafeína, associada ao estímulo da lipólise, bem como ao aumento da taxa de oxidação de ácidos graxos. Considerando a escassez de estudos envolvendo o consumo de EM sobre parâmetros metabólicos de atletas, testar o consumo do tereré em corredores torna-se relevante.
Objetivo: Analisar os efeitos da ingestão de Tereré sobre a economia de corrida (ECO) e quociente respiratório (QR) de corredores durante a corrida estável. Metodologia: Ensaio clínico randomizado, duplo cego e cruzado (wash-out de 7 a 14 dias), aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Incluídos 19 corredores de rua recreativos, 10 homens e 9 mulheres com idade entre 23 a 46 anos, saudáveis e praticantes da atividade há pelo menos 1 ano. Os participantes foram submetidos às condições: 50g de Tereré Experimental (TEX) ou 50g de Tereré Placebo descafeinado (TPL), administrados com água gelada (6 ml/kg). Após 60 minutos, correram por 60 minutos em esteira (Inbramed®) a ritmo contínuo, em 85% da velocidade média de treinamento relatada. O volume de oxigênio consumido (VO ₂) e de gás carbônico expirado (VCO ₂) foram determinados por calorimetria indireta usando uma máscara de silicone e analisador de gases (Handymet MDI®). Determinou-se a ECO como a média de VO₂ dos últimos 30s e o QR como a razão entre o VCO₂ e o VO₂ consumidos (VCO₂/VO₂). Análises descritivas foram calculadas e para comparação dos dados paramétricos, foi realizado o teste t de Student, sob o nível de significância de p<0,05, utilizando software Bioestat, V5.3. Resultados: Não houve diferenças significantes entre as condições nos valores de ECO (TEX Masc: 30 ml/kg/min ± 2,61 vs TPL Masc: 30,5 ml/kg/min ± 3,57; p = 0,37 ; TEX Fem: 33,3 ml/kg/min ± 3,63 vs TPL Fem: 31,94 ml/kg/min ± 3,07; p = 0,29) e QR (TEX Masc: 0,99 ±0,05 vs TPL Masc: 0,99 ±0,05 ; p = 0,81; TEX Fem: 0,94 ± 0,05 vs TPL Fem: 0,92 ± 0,03 ; p = 0,20). Conclusão: Os resultados sugerem que o Tereré tradicional, em comparação ao Tereré descafeinado não promove mudanças significantes na oxidação de substratos, apontando uma dependência de carboidratos no fornecimento de energia para ambos os sexos.